Após cassação, Deltan diz que Câmara agiu "contra vontade do povo"
A medida atende ao entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e fará com que Deltan deixe o cargo
Gabriella Furquim
Deltan Dallagnol falou com a imprensa após a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidir, nesta 3ª feira (6.jun), pela cassação do mandato do ex-procurador da República.
A medida atende ao entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e fará com que Deltan deixe o cargo.
Deltan criticou a decisão da direção da Câmara: "mais uma vez o poder Legislativo decidiu se curvar à criação da lei pelo Judiciário". Ele destacou que irá adotar medidas judiciais para tentar recuperar o mandato e voltou a afirmar que perdeu o cargo por ter "combatido a corrupção" como procurador da República.
"Fui cassado pelo o que fiz dentro do Ministério Público. Meu crime foi ter defendido os meus valores, a verdade e ter buscado colocar políticos corruptos na cadeia pela primeira vez na história do Brasil", disse Deltan.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou por unanimidade o mandato de deputado federal do ex-procurador.
O voto condutor foi do ministro relator do caso, Benedito Gonçalves. O relator e corregedor-geral eleitoral chamou atenção para o que classificou como "fraude à lei" cometida por Dallagnol. Afirmou que o deputado "antecipou o seu pedido de exoneração de forma proposital" para evitar que procedimentos diversos que tramitavam contra ele fossem convertidos em punições e a inelegibilidade fosse declarada.