Mobilização instala mochilas no Congresso para lembrar violência em escolas
Ação visa chamar atenção dos deputados para aprovação da PL das Fake News
Camila Stucaluc
Dezenas de mochilas vazias foram instaladas em frente ao Congresso Nacional para lembrar a violência nas escolas. A ação, realizada pelo movimento cívico Avaaz, tem como objetivo chamar a atenção dos deputados que votarão, nesta 3ª feira (2.mai), o Projeto de Lei (PL) 2630, conhecido como PL das Fake News.
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A proposta institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, criando medidas de combate à disseminação de conteúdo falso nas redes sociais, bem como em aplicativos de mensagens. A ideia é aumentar a transparência nas plataformas, que vem aumentando os relatos de discurso de ódio.
"Estamos em frente ao Congresso Nacional para fazer um ato em lembrança das vítimas em ataques em escolas e pedir aos nossos deputados que irão votar na PL 2036 para que pensem nessas vítimas na hora de regular e dar mais transparência para a nossa internet", disse Fernando Zarpelon, criador político da Avaaz.
Segundo a entidade, desde 2012, 35 jovens morreram em ataques em escolas. O massacre na creche de Blumenau, em Santa Catarina, é um dos episódios mais recentes de uma série de ataques que começou na manhã do dia 27 de março, quando um estudante de 13 anos matou a facadas uma professora e feriu outras três pessoas em São Paulo.
Discussão sobre projeto
O PL das Fake News ganhou uma nova discussão nesta semana após o Google passar a exibir o texto "O PL das fake news pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil" na página principal do buscador. A iniciativa fez o Ministério da Justiça pedir uma apuração da ação da plataforma, apontada de "agir de forma abusiva".
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O mesmo foi feito pelo Ministério Público Federal (MPF), que pediu explicações sobre supostas alterações nos resultados de busca de conteúdos contra o PL, bem como sobre os investimentos em anúncios contrários à proposta. A Google, por sua vez, negou estar ampliando o alcance de páginas com conteúdos contrários ao PL e defendeu a transparência em torno do debate.