Partidos articulam indicação de nomes para vagas na CPMI dos atos golpistas
Presidente da CPMI é eleito pelos membros da comissão, mas acordo pode definir quem ocupará o cargo
Paola Cuenca
No Congresso, os partidos articulam para indicar nomes as vagas na CPMI dos atos golpistas. A disputa é pelos cargos mais importantes: a presidência e relatoria. A instalação da comissão deve ficar para depois do feriado.
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Oficialmente, o presidente da CPMI é eleito pelos membros da comissão, mas um acordo prévio costuma definir quem ocupará o cargo. O presidente, que comanda as reuniões, define convocações e tem poder para escolher quem terá a palavra nas sessões. Além de ditar o rumo dos trabalhos, também escolhe o relator - responsável por definir a linha de investigação e apontar para a Procuradoria-Geral da República os possíveis crimes cometidos pelos investigados.
Se for mantido o que é costume no Congresso, a presidência deve ficar com um representante da Câmara e a relatoria com um integrante do Senado. O governo pressiona por um nome aliado. A oposição quer dividir os cargos.
"Nós estamos conversando com os partidos que fazem parte da oposição tanto no Senado quanto na Câmara para termos uma posição uníssona e com os partidos que são independentes do governo - o que na minha opinião, junto conosco, são a maioria. Essa maioria terá condição, acredito eu, de eleger o presidente", diz Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado.
Os parlamentares já traçam estrategias para as investigações. "Nós vamos chamar aqui o Anderson Torres, que era ministro da Justiça do Bolsonaro, vamos chamar o governador Ibaneis, do Distrito Federal, que deixou que sua polícia fosse negligente, fosse omissa. Vamos chamar também o ex-general que presidiu o GSI, o Augusto Heleno. Todas essas figuras que iriam fazer a conspiração para que o resultado das urnas não fosse reconhecido pelo povo brasileiro", afirma o deputado Otto Alencar (PSD-BA).
Enquanto isso, a Câmara Legislativa do Distrito Federal segue com os trabalhos da CPI instalada em janeiro. Nesta 5ª, deputados distritais aprovaram a convocação, ainda sem data, dos generais Augusto Heleno e Gonçalves Dias. Os dois chefiaram o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) - responsável por proteger o Palácio do Planalto - e serão ouvidos na condição de testemunhas.
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