Humberto Costa vai ao Ministério Público contra falas de vereador do RS
Senador protocolou ações na Justiça por declarações xenofóbicas contra trabalhadores em vinícolas
O senador Humberto Costa (PT-PB) acionou a Justiça contra declarações do vereador Sandro Fantinel, do Rio Grande do Sul, pelas declarações dadas pelo político após resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão em uma vinícola de Bento Gonçalves. Duas ações foram apresentadas pelo parlamentar - uma ao Ministério Público do Trabalho e outra ao Ministério Público do Rio Grande do Sul.
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A ação foi oficializada nesta 4ª feira (1º.mar), e veio um dia após Sandro Frantinel ter ofendido trabalhadores baianos. Em um discurso, dado na 3ª, Fantinel disse que a contratação da vinícola deveria ter sido de trabalhadores "argentinos", e que "a única cultura" que baianos têm é "viver na praia, tocando tambor".
O político ainda atribuiu aos trabalhadores os problemas da contratação: "Era normal que se fosse ter esse tipo de problema". Após a repercussão negativa, o vereador voltou atrás e pediu desculpas. Ele também disse ser contra o trabalho escravo.
O senador classificou a conduta do vereador como algo "triste e estarrecedor". Também disse que as falas indicam "conduta preconceituosa, desrespeitosa e ofensiva em relação à população nordestina". No pedido enviado ao Ministério Público, Costa ainda diz que as falas demonstram uma atitude "xenofóbica, racista, abominável e revoltante".
Junto à Procuradoria-Geral do Trabalho, o senador afirmou que Fantinel faltou com ética ao fazer as declarações na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. No fim do dia, o Ministério Público do Trabalho divulgou ter aberto uma investigação contra o vereador, por conta das falas.
Em nota, o procurador e vice-coordenador nacional de erradicação do Trabalho Escravo no MPT, Italvar Medina, pontuou que a fala de Fantinel "minimiza, indevidamente, a extrema gravidade da escravidão contemporânea"