PSol pede cassação de Damares por caso yanomami
Partido acusa senadora de omissão e "política etnocida" contra indígenas em atuação no governo Bolsonaro
O PSol protocolou uma representação, nesta 5ª feira (9.fev), no Senado pedindo a cassação do mandato da senadora Damares Alves (Republicanos-DF). O partido acusa a ex-ministra dos Direitos Humanos por suposta relação com a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami decretada pelo governo federal.
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No documento, o PSol diz que Damares "utilizou a máquina pública como um instrumento para uma política etnocida e racista contra os Povos Indígenas". Os psolistas ainda apontam que a senadora agiu por fundamento religioso e preconceito contra os indígenas.
O deputado Henrique Vieira (Psol-RJ), que anunciou à imprensa a representação do partido, afirma que as ações e omissões de Damares teriam contribuído para os casos de morte e desnutrição dos indígenas.
"A ministra Damares basicamente não deu a menor atenção às diversas denúncias feitas por órgãos e entidades nacionais e internacionais a respeito da crise humanitária do povo Yanomami", afirmou.
O político ressaltou que, assim como Damares, também é pastor e acusa a ex-ministra de ter agido por motivos religiosos. "Damares é a expressão mais exata do que é o fundamentalismo religioso na política. Essas ações de desrespeito aos povos isolados, originários, quilombolas, foi por causa de uma fé intolerante", finalizou.
A senadora Damares Alves se manifestou, publicando um vídeo nas redes sociais. A gravação tem 13 minutos. Ela nega que tenha responsabilidade sobre a crise humanitária na terra Yanomami. Disse que "as acusações são mentira da esquerda e que a Funai não era atribuição do Ministério dos Direitos Humanos da Mulher e da Família.
"Fizeram uma briga no Congresso Nacional e na medida provisória a Funai saiu do meu ministério e voltou para o Ministério da Justiça. Então, você tira de mim a atribuição de cuidar dos índios e agora vem querer me responsabilizar. Estou fora do ministério há quase 1 ano, então não cabe a mim a responsabilidade desses indígenas que estão desnutridos ou das mortes que aconteceram nos últimos anos", se defendeu Damares Alves.