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Congresso

Entidades indígenas denunciam "tragédia humanitária" em Terra Yanomami

Casos envolvem garimpo ilegal e alto número de crianças com déficit nutricional

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Terra Yanomami foi homologada desde 1992 e vive com cerca de 30 mil pessoas | Reprodução
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Entidades indigenistas e socioambientais afirmaram que uma "tragédia humanitária" está em curso na Terra Yanomami. A denúncia foi feita em comissão externa da Câmara dos Deputados, na 5ª feira (14.jul), e apontou para crimes de garimpo ilegal de ouro e cassiterita, violência sexual de mulheres e crianças, ameaças de morte e desestruturação dos postos de saúde.

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No encontro, o geógrafo e analista do Instituto Socioambiental (ISA), Estevão Senra, apresentou dados atualizados dos ataques em Yanomami. Segundo ele, até abril deste ano, mais de 4 mil hectares foram impactados pelo garimpo ilegal dentro da terra indígena e mais de 40 pistas clandestinas a serviço de garimpeiros e narcotraficantes foram identificadas. 

Em 2021, a região registrou quase 50% dos casos de malária no país, o que deixou milhares de crianças com déficit nutricional. "Hoje, a Terra Indígena Yanomami é palco de uma das maiores tragédias humanitárias que estão ocorrendo no Brasil. Os dois vetores principais dessa crise são o avanço do garimpo ilegal e a má gestão do distrito sanitário, que se entrelaçam e vão se realimentando", disse.

Apesar de anúncios de R$ 200 milhões de recursos públicos aplicados em saúde indígena, as lideranças ianomâmi reclamam da falta de medicamentos e materiais básicos. Também denunciaram indicações políticas para o comando dos distritos sanitários. 

Após os relatos, a coordenadora da comissão externa, deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), cobrou informações oficiais ao Tribunal de Contas da União e disse que pretende pedir ao Supremo Tribunal Federal que determine providências ao Poder Executivo no âmbito de uma ação judicial já em curso.

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"Realmente é uma crise humanitária. Nada justifica não ter remédio para vermes e questões básicas. É uma responsabilidade que tem de ser apurada. Uma vez que não tem uma providência enérgica para retirar garimpeiros, tem que se dar resposta para essa questão da saúde. Isso é mais do que urgente", afirmou Joenia.

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