Líder da bancada evangélica cobra explicações de Milton Ribeiro
Sóstenes Cavalcante disse que espera investigação de favorecimento a pastores no MEC
O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), presidente da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional, disse, nesta 4ª feira (23.mar), que aguarda novas manifestações do ministro Milton Ribeiro sobre o "gabinete paralelo" do Ministério da Educação. Segundo o deputado, em conversa de 10 minutos na hora do almoço com Ribeiro, ele falou que não está satisfeito com a explicação por meio de nota.
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Para o parlamentar, dois pontos devem ser explicados: a menção sobre recursos da Educação destinados a igrejas e a repetição da influência dos pastores na Pasta. "O que tem a ver recursos da igreja advindos de recursos do governo federal? O FNDE pode dar recursos para instituições de educação", pontuou o deputado.
"Não vejo problema nenhum que ministro receba pastores, padres quantas vezes, até porque em governos anteriores, presidentes de sindicatos e comunistas eram recebidos, no entanto, ele deve explicar mais fatos, porque os pastores fizeram tantas interlocuções."
O deputado afirmou que espera uma manifestação do ministro ainda nesta 4ª, já que, de acordo com ele, esta é a "pauta da semana". "Quero que seja apurado e se houver qualquer tipo de ato ilícito, espero que sejam apurados. Nós evangélicos somos os que mais queremos". Sobre o posicionamento da bancada, o deputado alegou que não é responsabilidade dela. "Não fomos nós que indicamos, não somos nós que vamos pedir para tirar. Não vamos tomar nenhuma decisão, cabe ao Executivo", ressaltou.
Ele acrescentou que os áudios, por não configurarem "denúncia concreta", não exigem movimentação da bancada. "Se chegar na bancada evangélica qualquer denúncia oficial, não temos problema nenhum de entregar à Polícia Federal."
Nesta manhã, além de se encontrar durante o almoço com o ministro Milton Ribeiro, o deputado se reuniu, após o culto semanal da bancada, com os deputados Gilberto Nascimento (PSC-SP), Roberto Lucena (Podemos-SP), Zoraya Manato (União-ES) e João Campos (Republicanos-GO), em seu gabinete, na Câmara.
Segundo Cavalcante, o contato com os membros da bancada também foi feito por ligações telefônicas e redes sociais, como o WhatsApp. A bancada tem três grupos no aplicativo: um só com senadores, outro com deputados e um grupo com todos os participantes.
O jornal O Estado de São Paulo, revelou no último dia 18, que pastores sem cargo público ou vinculação ao setor da educação assumiram o comando de decisões do Ministério da Educação. De acordo com o jornal, os prefeitos apresentados pelos pastores Gilmar Silva dos Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, e Arilton Moura, assessor de Assuntos Políticos da entidade, eram priorizados no recebimento de verbas da Pasta. Prefeitos dos partidos Progressistas, PL e Republicanos são a maioria dos favorecidos pelos pastores.
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