Comissão pede que ministro explique nota de repúdio ao presidente da CPI
Segundo deputados, Braga Netto e comandantes das Forças Armadas intimidaram o parlamento
SBT News
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados aprovou nesta 3ª feira (13.jul) um requerimento apresentado por Elias Vaz (PSB-GO) para convidar o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, a prestar esclarecimentos aos parlamentares a respeito de nota que emitiu na última 4ª feira (7.jul) em conjunto com os três comandantes das Forças Armadas.
Na ocasião, os quatro líderes afirmaram que uma fala do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia desrespeitou militares e generalizou "esquemas de corrupção". Segundo o requerimento de Vaz, porém, a nota "configura claramente uma verdadeira intimidação não só ao Senador Omar Aziz, mas ao Parlamento brasileiro, que tem procurado exercer o seu papel constitucional de fiscalizar os atos do Poder Executivo".
Ao votar o pedido, deputados da base governista e a oposição repudiraram a manifestação de Braga Netto e dos comandantes de forma unânime. De acordo com os parlamentares, ela extrapola as prerrogativas das instituições militares e feres os principíos democráticos presentes na Constituição. Vaz havia proposto a convocação do ministro da Defesa à CFFC, mas, como o presidente desta -- deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade/RJ) -- conseguiu um acordo com a liderança do governo e a ida de Braga Netto à Comissão foi marcada para o dia 17 de agosto, será feito apenas um convite ao ministro.
Ainda nesta 3ª feira, a CFFC aprovou ainda um convite para que o titular da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, vá à Câmara no dia 10 de agosto para esclarecer pontos a respeito de uma "investigação conduzida pela CGU sobre suspeitas de corrupção na compra de vacinas no Ministério da Saúde".
Já nesta 4ª feira (14.jul), o grupo ouvirá o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para que este explique ameaças feitas ao deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e ao servidor do Ministério da Saúde Ricardo Miranda, após as denúncias realizadas por eles sobre supostas irregularidades na compra de doses da vacina indiana Covaxin.
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