Voto impresso pode gerar o caos, diz vice-presidente da Câmara
PEC está em comissão especial e tem parecer favorável do relator
Roseann Kennedy
O vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou nesta 3ª feira (29.jun) que o voto impresso pode gerar o caos no país. Embora já tenha defendido a matéria no passado, ele disse que estava errado, reviu seu posicionamento e decidiu fazer campanha entre os pares para tentar evitar a aprovação da PEC 135/19.
"A impressão do voto pode ser o principal instrumento para deslegitimar e criar o caos nas próximas eleições", afirmou em vídeo divulgado em redes sociais e aplicativos de mensagem.
O parlamentar explica que o sistema ficaria sob risco de ataque em massa liderados por candidatos mal intencionados que não se conformassem com um cenário de derrota, por exemplo.
"Imagina o cidadão mal intencionado que vai à urna, digita o número e diz que o voto impresso é diferente do número que ele digitou. Você não tem como confirmar a informação porque a votação é secreta. Agora imagine um candidato no meio da eleição, percebendo por pesquisas de boca de urna que vai perder, dando o comando para que seus correligionários cheguem em várias urnas e façam a mesma alegação", observou.
Nos últimos dias, há uma mobilização mais forte de partidos, lideranças políticas e até na Justiça para tentar evitar a aprovação da PEC. No último sábado (26.jun), presidentes de 11 partidos manifestaram-se contra o voto impresso. Entre eles, integrantes do Centrão que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que é um dos principais defensores da alteração no sistema de votação, mas que está cada vez mais isolado nessa pauta.
A Proposta de Emenda Constitucional que determina a impressão do voto é de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF) e uma das principais bandeiras do presidente Jair Bolsonaro. Tem parecer favorável do relator, deputado Filipe Barros (PSL-PR).
A PEC 135/19 está na pauta da comissão especial para ser votada nesta 5ª feira (1º.jul), às 14h.