CPI convoca Osmar Terra e servidor do TCU que fez nota sobre covid
Após acordo, senadores votarão, na 5ª feira, quebra de sigilo do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello
Gabriela Vinhal
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia aprovou nesta 4ª feira (9.jun) a convocação do deputado Osmar Terra (MDB-RS) e do servidor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Marques, que teria produzido uma nota sobre "supernotificação" no número de mortes no país por covid.
O relatório foi citado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), em conversa com apoiadores, na última 2ª feira (7.jun). Após repercussão, o próprio tribunal negou a autoria do texto e informou que teria sido uma análise pessoal feita por um auditor, afastado pelo TCU nesta manhã.
Após pedido do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), a CPI deixou para votar na 5ª feira (10.jun) os requerimentos de quebra de sigilo de aliados de Bolsonaro, entre eles do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello; da servidora do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro, conhecida como "capitã cloroquina"; e do assessor de assuntos internacionais da Presidência Filipe Martins.
Gabinete paralelo
Nesta etapa da CPI, senadores querem avançar na investigação de um suposto "gabinete paralelo" no Palácio do Planalto, que faria um assessoramento extraoficial a Bolsonaro nas medidas de combate à pandemia.
Na avaliação da comissão, o deputado Osmar Terra seria um dos líderes do grupo e terá que explicar sua tese de "imunidade de rebanho", uma vez que foi uma das primeiras autoridades a defender o mecanismo.