CPI da Covid: Ficar calado evita abuso de autoridade, diz senador governista
Senador Marcos Rogério defende pedido de silêncio de Pazuello para não haver constrangimento ilegal
André Anelli
O senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) voltou a defender a necessidade de depoimento do ex-ministro Eduardo Pazuello na CPI da pandemia. Mas disse que o Habeas Corpus que pode garantir o silêncio do ex-ministro é necessário para que não haja abuso de autoridade e constrangimento ilegal, práticas que o parlamentar disse estar sendo corriqueiras na Comissão.
"Diante dos comportamentos que estamos verificando nessa última semana na CPI, considero na natural que o ex-ministro tenha pedido [Habeas Corpus]. Mas espero que ele não faça uso desse instrumento pra permanecer em silêncio quando questionado sobre fatos," disse o senador na saída de uma reunião no Palácio da Alvorada.
Marcos Rogério ainda criticou o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), que ele disse estar mal-assessorado, por conta do tom adotado na Comissão ao interrogar os convocados. O senador governista ainda disse que não seria possível antecipar a contratação de vacinas da Pfizer, por conta de questões legais, como a não-responsabilização da farmacêutica a eventuais efeitos colaterais do imunizante e determinação de foro externo para litígios judiciais.
A CPI que investiga a atuação do Governo Federal na pandemia deve ouvir o ex-ministro Pazuello na próxima 4ª feira (19.mai). O ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski é quem analisa o Habeas Corpus que pode dar o direito a ele de se calar, quando achar necessário. A decisão deve ser divulgada ainda nesta 6ª feira (14.mai).