Governo rejeitou seis ofertas de vacinas, diz executivo da Pfizer
Propostas recusadas previam 1,5 milhão de doses de vacina contra a covid ainda em 2020
SBT News
O governo federal rejeitou seis ofertas da Pfizer para aquisição de vacinas até fechar o contrato com a farmacêutica em março deste ano. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, afirmou nesta 5ª feira (13.mai) que as negociações começaram em maio de 2020 e a primeira proposta foi oficializada em agosto do ano passado.
"As reuniões dos meses de maio e junho foram reuniões iniciais, exploratórias, onde compartilhamos o status e andamento do desenvolvimento de nossa - nesse momento potencial - vacina. Como resultado dessas tratativas iniciais, no mês de julho, concretamente dia 16 de julho, fornecemos para o Ministério da Saúde o que nós chamamos de expressão de interesse", explicou.
Em agosto de 2020, foram rejeitadas três ofertas, com dois contratos disponíveis: um de 30 milhões de doses e outro de 70 milhões. O escalonamento de entrega dos imunizantes previa, inclusive, a entrega de 1,5 milhão de doses ainda para o ano passado.
O governo, no entanto, não fechou contrato. "Nossa oferta de 26 de agosto, como era vinculante, e como estávamos nesse processo com todos os governos [de outros países] tinha validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o governo do Brasil não rejeitou, mas tampouco aceitou", completou Murillo.
Em seguida, ocorreram outras propostas, em 11 de novembro e em 24 de novembro. Mas, dessa vez, a farmacêutica ofereceu apenas um quantitativo de 70 milhões. O Ministério da Saúde, contudo, não aceitou a oferta, informou o executivo. A sexta proposta recusada pelo governo ocorreu em 15 de fevereiro deste ano e previa 100 milhões de doses.
Após tantas recusas, o governo fechou contrato com a Pfizer 8 de março deste para a aquisição de 14 milhões de vacinas a serem entregues até junho.
Na prática, se o governo federal tivesse aceitado as ofertas iniciais da Pfizer, o Brasil receberia, até junho deste ano, 18,5 milhões de doses -- 4,5 milhões a mais do que irá receber, segundo o contrato finalizado.