Querem imputar a Bolsonaro um "crime impossível", diz aliado na CPI
Marcos Rogério (DEM-RO) se referiu a minuta de um decreto que previa a mudança da bula da cloroquina
Soane Guerreiro
Após o depoimento do diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, que confirmou reunião no Palácio do Planalto em que foi apresentada a proposta de decreto para mudar a bula da cloroquina para incluir a prescrição para tratamento da covid-19, o senador Marcos Rogério (DEM-RO), aliado do governo na CPI da Covid, afirmou que se trata de um clássico caso de "crime impossível" não só pelo decreto nunca ter sido apresentando, mas por se tratar de uma situação não prevista em lei.
"Em algum lugar desse país é possível modificar a bula de remédio por decreto? É como alguém tentar matar com arma de brinquedo e bala de algodão", declarou. O senador também disse que, em um caso como esse, o presidente Jair Bolsonaro seria inocentado sumariamente.
O senador afirmou ainda que a maior parte das informações prestadas no depoimento do presidente da Anvisa já era de conhecimento de todos, e que os trabalhos da CPI devem focar em seguir o caminho do dinheiro. "Temos que sair desse debate: cloroquina, cloroquina, cloroquina. Parece que estão criando uma cortina de fumaça em relação à cloroquina", acrescentou.
Perguntando se a médica Nise Yamaguchi, que faria parte de um grupo de assessoramento paralelo a Jair Bolsonaro e foi citada como participante da reunião em que o decreto foi apresentado, deveria ser ouvida pela Comissão, o parlamentar defendeu que existem vários especialistas no Brasil com pesquisas avançadas que podem colaborar com o trabalho da CPI e, complementou: "Não temos que aceitar verdade absoluta nem a confirmação nem a negação", referindo-se ao uso da cloroquina como tratamento da covid-19.
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