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Renan e Aziz combinam papéis opostos para atuar juntos na CPI

O incisivo e o conciliador, presidente e relator são dupla de "morde e assopra" na comissão

Renan e Aziz combinam papéis opostos para atuar juntos na CPI
Senadores Omar Aziz e Renan Calheiros
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A literatura policial apresenta dois tipos de investigadores clássicos: o malvado e o afável. Trabalham de maneira integrada, um é mais agressivo, o outro é mais ponderado. Conseguem, assim, dosar os depoimentos. Tal imagem, do bad cop e do good cop -o mau e o bom agentes-, pode servir para descrever os papéis assumidos pelo presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), e pelo relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL). Na primeira semana de trabalho, o senador alagoano foi o mais intransigente nas buscas das respostas, enquanto o amazonense era o mais ponderado.

Político experiente, Aziz acumula mais de 20 anos de mandato. Já foi vereador, deputado estadual, vice-prefeito, vice-governador e governador do Amazonas antes de se eleger senador. O perfil que assumiu no comando da CPI é de quem tenta colocar panos quentes nos ânimos acalorados do "G7", grupo de senadores independentes e oposicionistas a Bolsonaro, e dos aliados do Planalto. Quando há questão de ordem dos governistas, Aziz pondera, mas dá prosseguimento à fala do relator. O pulso firme do senador já rendeu, inclusive, elogios dos colegas nos corredores do Senado. 

Apesar de se dizer "independente" ao governo, Calheiros faz duras críticas à gestão de Bolsonaro. Atual líder da maioria no Senado, o parlamentar já foi três vezes presidente da Casa e acumula quatro mandatos como senador. Com duas semanas de CPI, protagonizou bate-boca com Marcos Rogério (DEM-RO), Eduardo Girão (Podemos-CE), Ciro Nogueira (PP-PI) e Jorginho Mello (PL-SC), membros titulares alinhados com o Executivo. Para aumentar a blindagem ao Executivo, o líder do governo na Casa, Fernando Bezerra (MDB-PE), foi incluído de última hora como suplente da vaga do Democratas. 

Calheiros e Aziz integram a lista de assinaturas do requerimento de abertura da comissão, que vai investigar se o governo cometeu irregularidades no enfrentamento à pandemia e se houve desvios de recursos federais nos repasses a estados e municípios. Até aqui, a avaliação do comando da CPI é de que o governo está em desvantagem, uma vez que os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o médico Nelson Teich falaram sobre um "assessoramento paralelo" do presidente da República no que dizia respeito ao combate à pandemia.

A oitiva de Queiroga, que ocorreu na última 5ª feira (6.mai), foi "além das expectativas", disse Calheiros ao SBT News, porque "passou uma péssima impressão ao Brasil. Ele não quis colaborar com a CPI. Mas nós temos outras maneiras de acessar esses fatos". "Do ponto de vista da comissão, estamos satisfeitos. Estamos juntando as informações e o testemunho que é fundamental para a nossa conclusão", completou, em relação às declarações de Mandetta e Teich. 

Na semana que vem, serão ouvidos pela comissão Antonio Barra Torres, presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência; Marta Díez, presidente da Pfizer no Brasil, e seu antecessor, Carlos Murillo. A  segunda rodada de depoimentos vai apurar as razões para o atraso da compra de vacinas e, principalmente, da oferta da farmacêutica norte-americana, recusada pelo Ministério da Saúde em meados do ano passado. 

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