"Não aceitaremos qualquer tipo de intervenção", diz direção de CPI
Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros criticaram as supostas interferências do Planalto no colegiado
SBT News
A direção da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia criticou as tentativas de interferência do Planalto no colegiado do Senado. O vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmaram, na noite desta 5ª feira (29.abr), que a comissão não vai aceitar intervenções de outros Poderes.
Os dois senadores comentaram a revelação de que requerimentos protocolados na CPI por governistas foram feitos por uma assessora da Secretaria de Governo, ministério que funciona dentro do Palácio do Planalto. Renan e Randolfe destacaram que não há precedentes para essa ação.
"Parece uma intervenção indevida no funcionamento da CPI. Agora, podemos assegurar que algo que não admitiremos é que essa CPI sofra interferência externa. Comissões Parlamentares de Inquérito são poderes de investigação do parlamento, do Congresso, neste caso, do Senado Federal. CPI tem por determinação inquirir, a busca da verdade. E nós faremos. Seja onde estiver a verdade, a procuraremos e não aceitaremos qualquer tipo de intervenção, de interferência", pontuou Randolfe.
O vice-presidente da comissão ainda disse que o episódio era "argumento suficiente para pedir a suspeição" de integrantes do colegiado -- como governistas fizeram com Renan --, mas que não o faria para não "conturbar o trabalho da CPI"."Em homenagem aos hoje lamentavelmente 400 mil brasileiros que perderam a vida, nós não temos o direito de fazer isso. Não podemos conturbar o trabalho da CPI, não podemos tumultuá-lo, não podemos protelá-lo, como parecem querer alguns colegas. Que esse triste episódio sepulte qualquer outra intenção protelatória", arrematou Randolfe.