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Congresso

Em guerra com DEM, Maia busca viabilidade eleitoral em 3 partidos

Ex-presidente da Câmara já iniciou conversas com PSL, Cidadania e PSDB

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O ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)
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Apesar de ter ganho protagonismo na cena da política nacional nos últimos dois anos, o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) tenta recuperar sua influência após a derrota de seu candidato, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa pelo comando da Casa. 

Rossi perdeu a eleição para Arthur Lira (PP-AL), nome apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, por 145 a 302 votos. O resultado agravou a crise entre Maia e o DEM, que abandonou Rossi na corrida pela presidência da Câmara. Da última vez que concorreu para comandar a Casa,  Maia obteve 334 votos, mais do que o dobro obtidos por Baleia Rossi. Em 2017, quando se elegeu presidente pela segunda vez, Maia recebeu 293 votos, número também maior ao conquistado pelo seu aliado do MDB. 

Maia chegou a ir a público para manifestar insatisfação com o presidente nacional do partido, ACM Neto, que teria ajudado a construir uma unidade em torno do nome de Baleia Rossi. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o ex-presidente da Câmara disse que ACM Neto não tinha caráter. 

Em nota, ACM Neto afirmou que Maia tenta transferir para a presidência do DEM a responsabilidade pelos erros que ele mesmo cometeu durante a eleição para a presidência da Casa. "No empenho em transferir as responsabilidades pelo seu fracasso, Rodrigo Maia tenta negar que insistiu, até o último momento, na possibilidade de conseguir o aval do Supremo Tribunal Federal (STF) para se perpetuar no cargo de presidente da Câmara. Todos sabem que Rodrigo Maia tinha um único candidato à presidência da Câmara, que era ele mesmo, diz o texto. 

"Rodrigo, que tinha a fama de grande articulador, fracassou nessa empreitada. Essa é a realidade".

Com a derrota e sua perda de poder na Câmara, Maia já se articula para deixar a legenda. Por enquanto, o ex-presidente da Casa tem três opções: o PSL, a Cidadania e o PSDB. Aliados de Maia afirmam que ele pretende migrar para uma sigla que lhe dê estrutura para recuperar influência e conseguir se viabilizar eleitoralmente de novo, sobretudo porque, nos últimos anos, tem garantido seu mandato com um número de votos pouco expressivo. Em 2018, obteve cerca de 74,2 mil votos. Quatro anos antes, 53,1 mil. A título de comparação, em 2014, o deputado federal mais votado do Rio foi Jair Bolsonaro, com 464,5 mil votos. 

O maior impeditivo de Maia para migrar para o PSDB é o tamanho da bancada tucana no Rio. O PSDB conta apenas com Otávio Leite (PSDB-RJ), que é suplente do deputado federal Marcelo Calero (Cidadania). Calero se afastou do mandato para assumir secretaria na gestão de Eduardo Paes (DEM-RJ) na prefeitura do Rio.  

Em entrevista ao SBT News, caciques do Cidadania afirmaram que, embora estejam se portas abertas para Maia, as conversas ainda são embrionárias. O ex-presidente da Câmara deve ter uma conversa com Roberto Freire, presidente nacional do Cidadania, ainda nesta segunda-feira (8.fev). 

As conversas com o PSL acontecem desde a campanha para a eleição da Câmara. Próximo do vice-presidente do PSL, deputado Júnior Bozella, e Antonio de Rueda, presidente do PSL no Distrito Federal, Maia tem conversado frequentemente com líderes do partido - inclusive pelo WhatsApp. 

Parlamentares do PSL dizem que Maia "deixou no ar" o desejo de ingressar na legenda. A avaliação é de que o nome do ex-presidente da Casa é visto com bons olhos por boa parte da bancada, mas ainda é preciso aguardar um posicionamento do presidente nacional da sigla, Luciano Bivar. 
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