Entrevista exclusiva: Atriz da novela Rubi protagoniza "Mulheres de Azul"

No início da década de 1970, o México presenciou um marco histórico: a formação da primeira força policial feminina do país. A nova série "Mulheres de Azul", que estreia no Apple TV+ no dia 31 de julho, é inspirada nessa história real e empoderadora. Um drama policial que tem como protagonista a atriz Bárbara Mori, lembra da estrela da novela Rubi? O SBT News falou com ela e com todo o elenco principal.

Era 1971. O anúncio da criação da primeira força policial feminina parecia ser um passo rumo à igualdade. Mas, se revela uma fachada, um jogo político, um golpe publicitário para desviar as atenções de um caso de assassinato em série difícil de desvendar.

Sem saber das verdadeiras razões, e diante de uma sociedade profundamente machista, quatro mulheres desafiam as próprias famílias e todas as expectativas para se juntarem à força policial. Descobrir quem é o assassino que assombra a vida das mulheres da Cidade do México se torna uma obsessão para elas.

O diretor e roteirista Fernando Rovzar nos contou que juntou história real com atualidade para escrever essa série.

"O que é real é a força policial que foi formada em 1971. O que também é real é o fato de se tratar de uma cortina de fumaça por parte do governo. As personagens também são baseadas em pessoas reais que entrevistei, encontrei informações e desenhei as personagens. O que não é real é a história do assassino em série, porque esse assassino em série, de alguma forma, representa o maior problema que temos hoje no México, que é que 10 mulheres são assassinadas todos os dias pelo fato de serem mulheres. É um número ridículo, mas é um número real que vivemos hoje no México.E eu queria trazer esse problema moderno do presente e levá-lo para o passado através de um assassino em série".

As atrizes principais também conversaram com exclusividade com o SBT News. Bárbara Mori, conhecida no Brasil por ser protagonista da novela "Rubi" e Ximena Sariñana nos contaram como foi mergulhar na vida e realidade dessas mulheres.

"Conversamos especialmente com uma mulher que foi a primeira policial a chegar ao posto de capitã. Conversar com ela foi muito importante para construir a María e construir as personagens. A perspectiva dela também nos deu um contexto do que essas mulheres estavam passando naquele momento e houve muitas coisas que nos surpreenderam, porque elas tinham um olhar muito diferente comparando com a visão que a sociedade tem hoje em 2024 tratando de machismo, da violência contra a mulher, o abuso contra a mulher, pode ser até com certas palavras que naquela época nem eram vistas como abuso e agora a gente pergunta: como se dizia isso para uma mulher? Foi muito importante essa conversa com ela", diz Barbara.

"Acho que é uma série que convida a muita reflexão sobre as situações pelas quais as mulheres tiveram que passar mas que, como diz Bárbara, continuam relevantes porque ainda é a situação de muitas outras mulheres. Isso pode inspirá-las a perseguir os seus sonhos, de serem elas mesmas, e através da sororidade e da amizade entre outras mulheres também podem conseguir se realizar e buscar apoio, uma rede de apoio para continuarem sendo o que desejarem", conta Ximena.

Bárbara nos revela que tem um carinho especial pelos fãs brasileiros e pelo nosso país e faz também uma relação, inclusive, de Rubi com as mulheres dessa nova série.

"Já estive no Brasil, amo o Brasil. Há muitas pessoas que me contactam do Brasil por causa de "Rubí". "Rubí" é uma novela que foi muito assistida no Brasil, aqui no México também e em muitos lugares. A verdade é que já se passaram mais de 20 anos desde que fiz aquela novela e as pessoas continuam me perguntando sobre Rubí. Então é impressionante como a personagem tem viajado pelo mundo e que bom que você também teve a oportunidade de conhecê-la. Ela também é uma mulher que tem outra personalidade, não tem limites, passa por cima das pessoas, mas no final foi muito surpreendente ver a reação das pessoas, das mulheres que a assistiram, muitas disseram que deram o nome às suas filhas de Rubí. Questionei a uma senhora sobre isso e ela me disse que fez isso porque Rubí ensinou mulheres a falar as coisas como elas são, não permitir abusos e eu disse, bom, a Rubí também traz essa mensagem, não muito escondida por aí. Mas são mulheres fortes que no final não deixam que os outros passem por cima delas, acho que ela não tem limites, eu acredito pessoalmente que sim, você tem que ter o seu".

"Acho que a série nos convida muito a ir em busca de quem realmente somos além do que a sociedade nos permitiu ser, quem realmente somos, e acho que María encontra na polícia que nunca é tarde para perseguir seus sonhos, nunca é tarde para ir em busca do que você realmente quer, então acho que uma das mensagens lindas da série é essa. Sim, sigam seus sonhos, amigas e amigos do Brasil.

"Mulheres de Azul" estreia no Apple TV+ no dia 31 de julho.