Bob Marley: One Love: "Quero que os brasileiros vejam a gente falar do Pelé"
Ziggy Marley fala do novo filme e do amor que o pai tinha pelo Brasil
Prepare-se para dançar e se emocionar no cinema. Chega ao Brasil nesta semana a cinebiografia "Bob Marley: One Love", que celebra a vida do rei do reggae. Em algumas cidades já entra em cartaz excepcionalmente nesta segunda (12). O SBT News foi à pré-estreia em Los Angeles e conversou com os atores e produtores do filme, entre eles o cantor Ziggy Marley.
A energia é da Jamaica. O filme revisitou os locais onde a história de Bob Marley se entrelaça com a trajetória do seu país. A maior parte do elenco também é da ilha caribenha e muito mais do que isso, muitos dos atores são filhos de grandes amigos e companheiros de música de Bob Marley, como David Kerr e Aston Barrett Jr, que interpretaram os próprios pais, Junior Marvin e Aston "Family Man" Barrett - que faleceu três dias antes desta pré-estreia.
"Eu tive que vir, eu tive que vir. Meu pai que era conhecido como Aston "Family Man" Barret significa muito para mim, é muito dominante. Ele é uma grande parte deste legado e realmente amava Bob. Ele me ensinou muito e falou muito bem do tio Bob, então eu tinha que estar aqui com a família e fazer a minha parte. Gostaria que ele estivesse aqui para ver o filme. Mas ele vai assistir com o tio Bob e todos os outros", contou Aston Barrett Jr
"É incrível, só de me ver em uma tela grande, eu pensei, uau, sou um gigante. Mas me ver, como meu pai, literalmente parece que estou olhando para meu pai. Então é como um flashback vê-lo, me ver interpretando ele. Incrível. É a experiência mais respeitosa que poderia fazer e estou feliz por deixar essa marca para minha família", disse David Kerr.
Do gueto de Trench Town ao estrelato global
O filme mostra um período curto da vida de Bob Marley, um recorte de poucos anos, mas que representaram a transformação dele no Rei do Reggae, no cantor que ficou conhecido no mundo como um dos que lutaram através da música pela paz, dando voz a letras de protesto.
A trama mostra principalmente o período de 1976 a 1978, com flashbacks que contextualizam a infância e adolescência do astro. Mas o foco está nos fortes conflitos políticos que aconteceram na Jamaica nesses anos, que levaram Bob Marley ao exílio em Londres após um atentado. Foi durante este tempo que o cantor compôs o álbum “Exodus” e junto com a banda The Wailers conquistou os palcos do mundo. Uma inspiração para gerações que sempre o viram como o ícone das mensagens de amor e união.
O enredo também revela outro amor, o de Bob e Rita, que se conheceram ainda jovens e tiveram cinco filhos. A atriz Nia Ashi a interpreta neste momento quando se apaixonaram.
"Foi muito legal. Encontrei Rita e não sabia que iria conhecê-la no dia em que a conheci. Eu estava no set, só por estar no set já estava feliz, porque sou grande fã dos ótimos trabalhos de todos. Eu realmente queria absorver tudo e Rita estava lá e me chamou com o seu sorriso que é magnético. Ela me abraçou, me acolheu. Ela me apresentou a sua família, alguns dos quais eu já havia conhecido, mas me senti muito honrada e sempre me senti muito forte interpretando-a. Mas aquele momento foi muito válido e eu fiquei tipo, isso é tudo que eu precisava. Eu não precisava de mais nada. Depois daquele momento, ela realmente me preencheu", diz a atriz emocionada.
Rita Marley é uma das produtoras do filme junto com os filhos Cedella e Ziggy Marley.
Memórias e Pelé
O longa também é sobre memórias, perguntamos a Ziggy qual é a melhor lembrança que ele tem do pai.
"Eu estava jogando futebol e lembro que ele veio brincar comigo. Eu estava no time da minha escola e os pais vieram brincar com todos nós. Então foi isso, foi muito divertido. Eu lembro muito disso"
Ziggy nos conta também que Bob foi ao Brasil em 1980, era um grande fã do futebol brasileiro e adianta que esse amor também entrou no filme.
"O futebol brasileiro e Pelé, nós mencionamos Pelé no filme, então quero que os brasileiros ouçam a gente mencionar Pelé. O nome de Pelé está no filme."
Para aumentar a emoção, a festa em Los Angeles aconteceu no dia 6 de fevereiro, dia que Bob faria 79 anos.
"Eu fico muito emocionado com tudo, mas é um bom sentimento", revela Ziggy.
Encarnando Bob
O longa foi dirigido por Reinaldo Marcus Green ("King Richard: Criando Campeãs") e estrelado por Kingsley Ben-Adir como o músico lendário. O ator nos revelou um pouco sobre a difícil jornada de encarar o papel de um dos cantores mais importantes de todos os tempos.
"Os desafios estavam na música, dançar, cantar, falar com sotaque o dialeto da Jamaica, tudo. Eu comecei do zero, na verdade. Tive que conhecer Bob em um nível pessoal, com a família e com seus amigos e pessoas que o amavam. Tudo isso, eu realmente senti como se estivesse chegando sem nada. Eu simplesmente tratava de ouvi-los e ouvir as histórias e, construir isso com eles", disse o ator.
O que você sabia sobre Bob Marley antes de começar esse projeto?
"Não muito. Eu pensei que sabia, muitas pessoas pensam que sabem, mas quando me perguntavam algo, eu não sabia disso nem daquilo. Eu realmente não sabia de nada. Eu conhecia algumas de suas músicas, sabia como ele era, já tinha visto algumas apresentações, mas quem ele era pessoalmente não sabia de nada", revela.
Embalado pela trilha sonora vibrante - cheia de clássicos -, o filme nos mostra os caminhos trilhados pelo jamaicano na luta pela justiça social, a fé no movimento Rastafari, que influenciou suas canções e filosofia de vida, e a poderosa jornada por trás da música revolucionária sempre grudada na mensagem!
"Os brasileiros podem esperar desse filme muito amor, muita paixão e muito comprometimento", nos disse Kingsley.
"Eu acho que é muito importante que a gente continue crescendo essa mensagem e estamos dando à nova geração uma oportunidade para conhecer Bob Marley e a mensagem dele. "One Love" para o Brasil, amor pelo Brasil, sempre! Vamos lá Brasil!", finaliza o filho do Rei do Reggae. para conhecer Bob Marley e a mensagem dele. "One Love" para o Brasil, amor pelo Brasil, sempre! Vamos lá Brasil!"