Armas furtadas em quartel de SP podem ter sido vendidas para criminosos do Rio
Metralhadoras pertenciam ao Arsenal de Guerra do Exército, que investiga o caso
SBT News
As investigações sobre o furto de 21 metralhadoras de dentro um quartel do Exército, em Barueri, na Grande São Paulo, mostram que as armas podem ter sido vendidas para criminosos do Rio de Janeiro. O armamento desapareceu do Arsenal de Guerra no feriado da Independência e foi entregue aos bandidos duas semanas depois.
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Os militares conseguiram um vídeo que mostra as armas furtadas sendo oferecidas para traficantes do Rio. Os investigadores, que receberam a prova de policiais cariocas, reconheceram as armas nas imagens. As imagens, gravadas em 8 de setembro, são mantidas em sigilo absoluto.
Uma inspeção realizada no quartel, no dia 10 de outubro, descobriu o desvio de 21 metralhadoras: 13 de calibre .50 - capaz de derrubar aeronaves, e oito de calibre 7,62mm. O Exército afirma que as armas eram "inservíveis", ou seja, sem condições de uso. No dia seguinte à inspeção, o comando proibiu que os 480 militares da unidade voltassem para casa. A tropa está aquartelada desde a 4ª feira passada.
Militares admitem que se as armas foram de fato entregues para traficantes no Rio, a chance de recuperá-las é muito pequena. A investigação apurou que isso pode ter acontecido no dia 21 de setembro. A demora entre o furto e a descoberta dele, de mais de um mês, é considerada fatal pelos investigadores.
Na porta do Arsenal de Guerra, o dilema dos parentes dos militares aquartelados continua. Uma mulher conta que até o tratamento médico do filho foi paralisado.
"Nós temos um filho que é autista, e ele sentiu muito a falta porque era um dia que ele ia pegar o Felipe na escola pra passar o feriado e ele acabou não indo. Isso desencadeou muitas crises no Luis Felipe. A gente teve que intensificar o tratamento, e por consequência é aqui que a gente pega as guias pra fazer o tratamento do meu filho, e eles suspenderam", conta a eletricista Andressa Assunção.
De acordo com o Exército, a manutenção dos soldados na unidade acontece para facilitar a investigação e não tem prazo para terminar. Somente os militares que tinham acesso à sala de armas estão sendo interrogados formalmente. O comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, disse que o furto de metralhadoras é inaceitável e que a missão não termina enquanto o armamento não for recuperado.