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Polícia prende quadrilha especializada em roubar cargas de trens

Criminosos provocaram um prejuízo de mais de R$ 200 milhões com roubo de cargas que iriam pra Santos

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Uma operação do Ministério Público e das polícias Civil e Militar prendeu seis suspeitos de fazer parte de uma quadrilha especializada em roubar cargas dos trens que abastecem o Porto de Santos, o maior da América Latina.

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Só este ano, os ataques já provocaram um prejuízo de mais de R$ 200 milhões. Segundo as investigações, um dos presos faz parte da maior facção criminosa do país.

Na operação foram encontradas 30 toneladas de soja furtadas dos trens que fazem o transporte de carga na Baixada Santista, litoral de São Paulo.

Foram realizadas buscas em 43 locais. Seis pessoas foram presas. A quadrilha que age na região fez 153 ataques a trens no ano passado e pelo menos 12, só este ano. O grupo também furta o diesel usado nas composições.

"Eles sabotam trens mediante a colocação de objetos nos trilhos, corte de mangueiras, danificação de equipamento de segurança da ferrovia. A hora que o trem para eles abrem os alçapões e descarregam a carga e a partir desse momento chega um número grande de pessoas pra começar A ensacar esses grãos ou retirar combustível dos trens", diz o promotor Silvio Loubeh.

Pra se ter uma ideia do tamanho do problema, o trecho de ferrovia na Baixada Santista é de apenas 7 quilômetros, ou seja, menos de 1% de toda a malha, e lá acontecem quase 50% dos casos de furto e roubo. Neste ano, a polícia apreendeu 600 toneladas de soja com receptadores da carga.

Além da apreensão da soja, a polícia encontrou três quilos de cocaína e maconha e seis armas de fogo. Não faltam indícios de que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC, está por trás das ações na ferrovia.

De acordo com a Polícia Civil, um dos presos na operação é integrante da facção criminosa. O surpreendente é que ele é dono de uma empresa de vigilância que chegou a ser contratada para fazer a segurança da linha do trem na Baixada Santista.

Ele é Wagner Silva Medeiros, conhecido como "Cabeleira". O suspeito foi preso em casa, na cidade de Cubatão. Em um dos quartos, os investigadores encontraram um desenho colado na parede e uma máscara do coringa - uma espécie de símbolo dos criminosos.

A tentativa de controlar a segurança da linha ferroviária tinha um objetivo. "A gente paga um valor pra vocês, e o crime organizado não deixa que os criminosos comuns, que não são integrantes do PCC, cometam os crimes contra a empresa que a gente está fazendo a segurança", diz o delegado Fabiano Fonseca Barbeiro.

Outro interesse da facção é maior ainda. O PCC quer transportar cocaína em meio a produtos agrícolas pela linha do trem, o caminho mais fácil pra fazer a droga chegar ao Porto de Santos.

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