Na Ucrânia, chefe da ONU defende renovação de acordo de grãos no Mar Negro
Medida expira em 18 de março e pode voltar a prejudicar segurança alimentar global
Camila Stucaluc
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, enfatizou a importância de continuar com acordo de grãos no Mar Negro. Em visita à Ucrânia, na 4ª feira (8.mar), o diplomata afirmou que a iniciativa, que expira em 18 de março, permitiu o embarque de mais de 23 milhões de toneladas de cereais ucranianos.
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Tal ação vem auxiliando na redução do custo global de alimentos e, sobretudo, no abastecimento de países africanos - fortes dependentes dos cereais ucranianos. O envio de fertilizantes, tanto russos como ucranianos, também é importante para a segurança alimentar global, bem como para estabilizar os preços dos alimentos.
"Concordamos hoje que a continuação da Iniciativa dos Grãos do Mar Negro após 18 de março é extremamente necessária para o mundo inteiro", reforçou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
O acordo de grãos no Mar Negro, local que já registrou batalhas durante a guerra, foi aprovado pela Ucrânia e pela Rússia em julho do ano passado. A medida, no entanto, havia sido suspensa por Moscou em outubro, quando o Kremlin acusou ucranianos e britânicos de atacarem navios militares em meio ao escoltamento de cargueiros.
Pouco tempo depois, o governo russo voltou com o acordo, mas ameaçando desistir da iniciativa caso as garantias sejam violadas. Desde então, novas toneladas de grãos, como milho e sementes de girassol foram enviadas ao redor do mundo.
Em Kiev, Guterres afirmou que continuará apoiando a Ucrânia em meio à guerra e também seguirá trabalhando na solução de questões humanitárias, incluindo a troca de prisioneiros de guerra. Durante pronunciamento, o chefe da ONU comentou sobre a execução de um soldado ucraniano por militares russos e reforçou a aplicação das leis de guerra.
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"As recentes imagens chocantes do assassinato extrajudicial de um soldado ucraniano são outro lembrete trágico de que as leis da guerra devem ser rigorosamente aplicadas", disse.