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Jornalismo

SBT entrevista brasileiro que luta e treina soldados na Ucrânia

Enviado especial Sérgio Utsch também conversou com ucranianos membros da comunidade judaica

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Sérgio Utsch e entrevistado brasileiro
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Vivendo na Ucrânia há 6 anos, o brasileiro se apresentou para lutar na linha de frente poucas horas após a invasão russa. Com experiência militar, o homem, que prefere não se identificar, hoje ensina aqueles que decidiram ir para o combate. Ele é uma espécie de professor de guerra, e as salas de aula são os centros de treinamento.

O enviado especial à Ucrânia, Sérgio Utsch, esteve em uma dessas instalações nesta 4ª feira. Por questões de segurança, nem tudo pode ser filmado.

"Guerra, infelizmente, a gente tem que se defender, posso dizer assim. Por legítima defesa, às vezes, tem que cometer isso", argumenta o brasileiro. Questionado pelo repórter se ele já matou soldados russos, o homem responde: "Sim".

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"A adrenalina, a emoção também de estar ali, no meio daquilo tudo, entre a vida e a morte. É uma coisa muito estranha, mas, ao mesmo tempo, é um sentimento muito forte. Então, acaba viciando, sim", ele acrescenta.

O professor trabalha com ucranianos, que mostram a Sérgio Utsch os equipamentos de primeiros-socorros encontrados com soldados russos, e que, segundo eles, são antigos e impróprios para salvar a vida de algum ferido.

Ao longo da conversa, fica claro que a revolta dos ucranianos com o presidente russo, Vladimir Putin, e ainda maior. As alegações da Rússia de que está tentando desnazificar a Ucrânia não fazem sentido para grande maioria dos ucranianos, além de boa parte do mundo ocidental, porém, principalmente, para pessoas como Léo, que fazem parte da comunidade judaica do país.

"Meu avô lutou na Segunda Guerra contra os nazistas. Se ele tivesse vivo agora, nem imagino como iria se sentir", ele lembra. Léo conta ainda que há milhares de judeus combatendo o exército russo. 

O discurso de combate ao nazismo, feito por Putin, é repetido por muitos brasileiros. Um deles, que se apresenta como soldado das forças russas, alega que jornalistas difamam um povo que enfrenta, sozinho, os nazistas de Kiev.

"Pessoas que dizem isso não são abençoadas, não têm espírito, tem baixa energia. Putin é um sujeito que destrói", observa Alexander, outro ucraniano da comunidade judaica que também é instrutor militar.

Por baixo do traje militar, Alexander mostra as roupas tradicionais judaicas e a Tora, o livro sagrado da religião, que carrega consigo. É sinal de uma outra batalha: mostrar que o país que defende não é aquele que o governo russo diz combater.
 

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