Fuminho e outros líderes do PCC usam habeas corpus falso para tentar fugir
Documentos falsos foram identificados pela polícia; casos são investigados
A 6ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Facções Criminosas e Lavagem de Dinheiro, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), instaurou um inquérito para apurar a falsificação de um habeas corpus cujo objetivo era libertar Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como "Fuminho". O criminoso é um dos maiores narcotraficantes do mundo e sócio de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC).
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Condenado a uma pena de 26 anos, 11 meses e 5 dias de reclusão, em regime fechado, pelos crimes de tráfico de drogas, porte de arma de fogo e associação criminosa armada, Fuminho foi preso, em abril de 2020, em Maputo, capital de Moçambique, por meio de ação conjunta da Polícia Federal e da Interpol. Ele estava foragido desde 1999, quando escapou da Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru.
Segundo apurado pelo SBT News, o documento falso estava assinado por uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e deferia o habeas corpus solicitado pela defesa de Fuminho para que ele aguardasse o julgamento em liberdade. Foi usado até mesmo o papel timbrado do Tribunal de Justiça. Dois advogados são investigados pelo crime.
Um deles teria comparecido à 2ª Vara Criminal de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, na qual Fuminho foi condenado, para peticionar o pedido de soltura, mas nos autos do processo já constava a concessão da medida liminar. Ao checar o documento, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) verificou que se tratava de um documento falsificado, o que resultou na abertura de inquérito policial.
Outros casos
Ao menos outros dois habeas corpus falsos foram identificados em tentativas fracassadas para liberar lideranças do PCC.
O primeiro, em 28 de dezembro, garantia a liberdade de Marcelo Ferraz da Silva, o Capim, preso na Penitenciária Regional de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, pela participação no roubo de 734kg de ouro do aeroporto internacional de Guarulhos (SP), em 2019.
O segundo foi enviado no dia seguinte, mas na tentativa de soltar outra liderança do PCC, detida na Penitenciária de Avaré, também no interior de São Paulo.