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Polícia mata ao menos cinco pessoas negras por dia no Brasil

Estudo mostra que 65% das pessoas mortas por forças policiais são negras

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No Brasil, 65% das pessoas mortas por forças policiais são negras. Isso representa, pelo menos, cinco assassinatos por dia. Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada em sete estados e divulgada nesta 5ª feira (17.nov).

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Uma dor que corta a própria carne. Há um ano e meio, Jackline perdeu a filha - Katleen Romeu, que tinha 24 anos e estava grávida. Ela foi atingida por um tiro de fuzil durante uma operação policial.

"Parece que não tem pessoas na favela. Parece que só tem bichos. Parece que o estado trata a gente como bicho. Parece que foi treinado. A gente vê que eles foram treinados pra isso, porque eles pouco se importam", desabafa Jackline Oliveira. 

O relatório "Pele alvo: a cor que a polícia paga", produzido pela Rede de Observatórios da Segurança coletou informações de sete estados (RJ, SP, MA, BA, PI, CE e PE), onde foram registradas 3.290 mortes em ações policiais no ano passado. A maioria era negra (2154).

A Bahia apresentou o maior percentual (98%). Pernambuco aparece em segundo lugar (96%). Na capital, Recife, todos eram pretos. Em São Paulo, negros representaram 69% das vítimas.

O Rio de Janeiro é o estado pesquisado em que a polícia mais matou. Agentes do estado matam um negro a cada nove horas, em média. O Rio também apresentou o maior número de chacinas (57). Em 30 delas, todas as vítimas eram negras.

"Muitas vezes, quando negros são vítimas da polícia, é como se ele fosse culpado da própria morte. É como se não fossem necessárias as investigações e diversos abusos, excessos, extermínios são praticados e dar isso 'de barato', como se isso não fosse um problema e como se fosse algo tolerado socialmente porque estaria tornando a sociedade mais segura, né? Isso só causa mais revolta, injustiça e confusão", afirma Bruno Paes Manso, coordenador da Rede de Observatórios da Segurança.

"Tem que tratar a gente como gente, a gente tem CPF, a gente tem nome, a gente tem endereço, a gente tem família e, na comunidade, não tem só bandido, e eles tratam a gente como se todo mundo ou fosse bandido, ou mãe do bandido, ou mulher do bandido", afirma a mãe de Kathleen.

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