RJ: "Eu vou ficar com a dor. Isso não devia ter fiança", diz vítima de racismo
Mulher estava em loja de Copacabana quando criminosa, dona do local, a expulsou com ofensas e tapas
Renata Igrejas
Mais um caso de racismo foi registrado no Rio de Janeiro (RJ), desta vez em Copacabana. A dona de uma loja de bijuteria foi presa por ofender uma mulher que comprava um anel para o marido.
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A proprietária racista da loja, identificada como Li Chen, de 48 anos, é de origem chinesa e foi detida por policiais. Depois, pagou uma fiança de R$ 1,5 mil e responderá ao processo em liberdade.
Segundo a vítima Laura Brito, de 28 anos, a chinesa parou na frente dela, perto de um balcão com anéis. Depois, a dona da loja foi atrás de Laura, que a questionou. A vítima de racismo continuou a andar na loja, vendo outros itens, com a dona do local a seguindo, se aproximando mais.
Quando Laura questionou por que a chinesa estava seguindo, a mulher afirmou que "não quer gente da sua laia, essas ?neguice? dentro da minha loja. Sai daqui", entre outros xingamentos racistas. A vítima retrucou, dizendo que tinha dinheiro para comprar. A chinesa deu dois tapas no braço dela e derrubou uma cesta que Laura carregava. O celular que estava no interior do acessório foi quebrado.
Apoio de outras vítimas da racista
Outros clientes, inclusive negros, interferiram na situação. A racista continuou com a atitude, dizendo que "não precisa dessa negada". "Ela não me atingiu somente, ela atingiu uma raça. Ela me ofereceu R$ 1,5 mil na delegacia pra esquecer tudo", contou Laura, que recusou a oferta criminosa.
"Eu acho um absurdo ela pagar o mesmo valor, o valor que me chantageou, pra me comprar. Eu acho super estranho ela sair do nada. Isso não devia ter fiança. Eu que vou ficar com a dor, com os prejuízos, com os danos morais. Eu que fui humilhada, eu que estava dentro da loja, ela que me agrediu", afirmou Laura, aos prantos.
"Não vou deixar isso passar em branco, porque todas as vezes que a gente deixa passar, as pessoas se crescem mais", disse Laura, afirmando que tem recebido bastante apoio. Além disso, outras pessoas vítimas da criminosa racista falaram a Laura para prosseguir, pois "não tiveram como fazer nada". "Não estou fazendo só por mim, mas por outras pessoas vítimas dela", afirmou Laura.
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