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SP: Empresa contratada da Prefeitura é suspeita de envolvimento com PCC

Segundo as investigações, a empresa de ônibus seria usada para lavar dinheiro do tráfico de drogas

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A Polícia Civil cumpriu, nesta 5ª feira (02.mai), em São Paulo, 62 mandados de busca e apreensão em uma operação que investiga um esquema milionário de lavagem de dinheiro mantido pelo traficante Anselmo Santa Fausta, ex-chefe da maior facção criminosa do país, Primeiro Comando da Capital, o PCC.

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Anselmo foi assassinado em dezembro do ano passado, mas deixou um extenso rastro criminoso. Segundo o Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), o criminoso investiu parte do lucro do tráfico de drogas em uma empresa de ônibus, contratada pela Prefeitura de São Paulo, para o transporte de passageiros na Zona Leste da capital paulista.

Entre os donos da empresa, segundo os investigadores, estão parentes de Anselmo e de outros integrantes do PCC. "Capitais oriundos do tráfico de drogas são inseridos no caixa da empresa para que, desta forma, seja dada uma aparência lícita a um dinheiro que, na verdade, teve a sua origem em um crime", explica o delegado Fernando Góes Santiago.

Nas buscas realizadas nas casas dos donos da empresa 'Up Bus', foram apreendidos R$ 55 mil reais em dinheiro, além de armas de grosso calibre e muita munição. O que chama a atenção da polícia é que todo o armamento foi comprado legalmente, por laranjas do crime organizado, que conseguiram, junto ao Exército, registros de atirador e colecionador de armas.

De acordo com o delegado, com a flexibilização do acesso às armas, nos últimos anos, esse tipo de apreensão está se tornando cada vez mais comum. "Está sendo recorrente apreender arma na casa de gente envolvida com o tráfico de drogas, e ela [é] legalizada. O que aconteceu é que houve uma facilidade maior na aquisição de armas", acrescenta Fernando Góes.

Para lavar o dinheiro do tráfico, Anselmo tirou um segundo RG, mas com nome falso de Eduardo Camargo de Oliveira. Ele fez isso dentro do próprio órgão da Secretaria da Segurança Pública, que emite as carteiras de identidade. Para isso, segundo as investigações do Denarc, o traficante teve ajuda de um policial civil.

O ajudante interno seria Marcelo Ruggieri, quer chegou até mesmo a acompanhar Anselmo, pessoalmente, no processo. O investigador é o mesmo agente que chefiou a blitz ilegal que terminou com a morte de dois inocentes, em novembro do ano passado, na Zona Leste de São Paulo.

Marcelo Ruggieri responde a um processo no Tribunal do Júri pela ação. Tanto a Polícia quanto a Promotoria pediram a prisão preventiva dele, mas o juiz Leonardo Valente Barreiros entendeu que a medida não era necessária.

Depois da operação desta 5ª feira, o Denarc pediu a prisão dos suspeitos ligados ao traficante Anselmo Santa Fausta. A Promotoria concordou, mas a Justiça negou todos os pedidos.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que vai colaborar com as investigações. A 'Up Bus' e o advogado do investigador Marcelo Ruggieri preferiram não se manifestar.

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