Secretário-geral da ONU visita Kiev para encontro com Zelensky
Reunião terá como objetivo firmar acordos de corredores humanitários para evacuação de civis
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, visita, nesta 5ª feira (28.abr), a cidade de Kiev para um encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. A reunião acontece dois dias depois que o líder viajou a Moscou para se encontrar com o Chefe de Estado russo, Vladimir Putin, para tentar acelerar um possível acordo de cessar-fogo entre os países.
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"Cheguei à Ucrânia depois de visitar Moscou. Continuaremos nosso trabalho para expandir o apoio humanitário e garantir a evacuação de civis de zonas de conflito. Quanto mais cedo esta guerra terminar, melhor - pelo bem da Ucrânia, Rússia e do mundo", escreveu Guterres nas redes sociais.
Ele ressaltou que está realizando a visita como um "mensageiro da paz" e que defende a abertura de corredores humanitários para que civis ucranianos consigam sair de áreas fortemente alvejadas, além de garantir a segurança de comboios humanitários. "Espero que os contatos que estão a decorrer para afinar tais operações, com o acordo de todos, tenham êxito", disse.
Segundo Guterres, o tema foi discutido com Putin na última 3ª feira (26.abr), que concordou, a princípio, com a participação da ONU e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha no processo de retirada dos civis da usina de Azovstal em Mariupol, principal local de resistência ucraniana. Em declaração, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, comentou que o objetivo principal do país era proteger a população civil.
A viagem do secretário-geral acontece depois que antigos dirigentes da organização enviaram uma carta pedindo mais proatividade em relação ao conflito militar. Os signatários alertaram que, a menos que Guterres atuasse de forma mais intensa nas negociações de paz, a ONU estaria arriscada a não apenas perder a relevância, mas também a existência continuada.
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Atualmente, a ofensiva russa na Ucrânia está em uma das fases mais críticas desde o início dos ataques, em 24 de fevereiro. Mais de 5,2 milhões de cidadãos ucranianos estão em situação de refúgio na Europa, enquanto cerca de 10 milhões continuam deslocados dentro da nação. Imagens de satélites divulgadas na última semana também apontaram para a abertura de novas valas comuns ao redor de Mariupol, onde cerca de 9 mil pessoas devem estar enterradas.
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