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Ucrânia aceita negociações com Rússia após aumento de pressão militar

Delegações de países vão se encontrar na fronteira com Belarus

Ucrânia aceita negociações com Rússia após aumento de pressão militar
Dmytro Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia
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Dmytro Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, afirmou, neste domingo (27.fev), que vai enviar uma delegação para fronteira entre Belarus e Ucrânia para negociar com grupo diplomático da Rússia. Kuleba ainda afirmou que o presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, não vai realizar ofensivas contra a Ucrânia até o fim das negociações. 

"Iremos a esse encontro sem acordos preliminares, iremos lá para ouvir o que a Rússia tem a dizer e para falar o que pensamos sobre essa guerra e ações da Rússia. Presidente Lukashenko, de Belarus, afirmou que nenhuma força militar da Belarus será utilizada contra Ucrânia de agora até o fim das conversas. 

O ministro voltou a reafimar, que mesmo com as tentativas de negociações, a Ucrânia não vai se render. "Não há nada de ruim em estabelecer diálogos se o desfecho for o fim da guerra e a paz, mas nós não nos renderemos, não cedemos um milímetro do nosso território", disse.

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Sobre o anúncio mais recente do presidente russo, Vladimir Putin, de colocar em alerta máximo as forças nucleares da Rússia, Kuleba ressaltou que a decisão foi tomada no mesmo momento do anúncio sobre a tentativa de diálogo e negociação na fronteira com Belarus. O ministro enxerga essa atitude como uma ameaça à Ucrânia e ao mundo. 

"É uma tentativa de aumentar a pressão sobre delegação ucraniana, não cederemos a essa pressão. [...] Se a ordem for colocar armas nucleares em alerta é uma ameaça direta de uso de armas nucleares contra Ucrânia e esta seria uma catástrofe a nível mundial e nós não nos curvaremos", ressaltou.

O ministro informou dados sobre o pior ataque contra o país desde 1941, quando a região foi invadida por nazistas. "Ucrânia colocou abaixo 46 aviões, 26 helicópteros, 146 tanques, 700 blindados, 49 canhões, dois drones, um complexo de mísseis, 30 veículos, 60 cisternas e dois barcos. Cerca de 4.300 soltados russos foram mortos ou feridos e centenas são prisioneiros de guerra. [...] O inimigo continua a se mover no nordeste, no sul e no norte da Ucrânia, incluindo a região de Chernobyl", destacou. 

Kuleba criticou Putin e apontou alguns crimes de guerra cometidos pelo exército russo. "Um orfanato foi atingido, 50 crianças estavam lá dentro no momento do ataque. No mesmo dia, a artilharia russa atingiu um jardim da infância, 15 pesssoas ficaram gravemente feridas, cinco morreram e uma criança não registriu aos ferimementos. Na manhã do dia 26, mataram uma família, uma mulher de 56 anos e 2 crianças de 6 anos e 8 meses morreram. Uma refinaria de petróleo foi atingida esta noite ameaçando uma catástrofe ecológica", disse o ministro que ressaltou que não descansará até que todos os criminosos de guerra paguem pelos seus atos em cortes internacionais.

+ Putin coloca arsenal nuclear da Rússia em alerta máximo

Sobre o apoio de outros países, Kuleba disse que é preciso ainda mais pressão para que a Rússia seja isolada completamente. "A coalizão contra Putin contra com 84 países e 30 organizações internacionais. [...] Putin fechou a janela aberta para Europa, isso vai fazer com que russos mergulhem na pobreza e isolamento. [...] No entanto, quero avisar todos os governos que possam pensar que depois de impor as sanções é possível descansar. Sanções e ações precisam ser escaladas, até que a Rússia para de matar ucranianos e bombadear nossas cidades e matar nossos homens, mulheres e crianças. Até que a Rússia retire todas as tropas da Ucrânia e descoupe o nosso território esta deve ser a meta da coalizão contra Putin. É uma questão de horas não dias para tomar essas decisões", enfatizou Kuleba

O ministro agradeceu o apoio dos países ocidentais, mas criticou a falta de ações duras para o fim da guerra na Ucrânia. Kuleba afirmou que "a história vai julgá-los como governantes que erraram ao não parar um ditador cruel".  Kuleba ainda solicitou apoio militar com envio de armas, combustível e munições para a Ucrânia.

Já o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelesky, em uma publicação nas redes sociais, informou estar de acordo com o encontro entre a delegação ucraniana e o governo russo. 

Ele ainda disse que o presidente de Bielorrússia, Alexander Lukashenko, se comprometeu a manter todos os helicópteros, aviões e mísseis parados em solo bielorrusso durante a viagem. Zelesnky já havia solicitado conversas diretas com o presidente russo, Vladimir Putin, na última 6ª feira. Em sua solicitação, o representante ucraniano pediu para que se sentassem à mesa para negociar e impedir a morte de mais pessoas.

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