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Fiocruz ressalta desigualdades no processo de vacinação contra covid-19

MonitoraCovid-19 mostra menor taxa de vacinação em munícipios subdesenvolvidos

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Vacinação ( Mat Napo/ Unsplash)
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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou nesta 4ª feira (22.dez), um levantamento que aponta desigualdades no processo de vacinação contra o covid-19. Para os técnicos, as diferenças de cobertura vacinal entre os territórios descendem de desigualdades sociais que o Brasil já conhece. Nos municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), são mais baixas as taxas de vacinação.  

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Foi observado que existe uma diferença de quase 20 % na cobertura da primeira dose, de acordo com o nível de desenvolvimento dos municípios. O levantamento realizado pelo painel Sistema de Informação para Monitoramento da Pandemia do Coronavírus - MonitoraCovid-19, apontou entre os fatores o IDH, renda e localização geográfica. Segundo comunicado, locais com baixo índice de desenvolvimento têm taxas de cobertura mais baixas. 

De acordo com o levantamento, "na primeira dose, o grupo de municípios com IDH muito alto apresentava, no último dado disponível, percentual de imunização de cerca de 80%, enquanto no grupo de municípios com IDH baixo, esse percentual é de 60%. Na segunda dose, o grupo de municípios com IDH muito alto apresenta cerca de 70% da população com esquema vacinal completo, enquanto no grupo de municípios com IDH baixo, é cerca de 50%. Em relação à terceira dose, o grupo de municípios com IDH muito alto apresenta cerca de 10% da população imunizada; no grupo de municípios com IDH baixo esse percentual é de somente 2,5%". 

"Apesar do componente longevidade considerado no IDH poder ter inflacionado o percentual de população coberta, passados quase um ano do início da campanha de imunização e o avanço da vacinação para as demais faixas etárias, é pouco provável que este fator tenha influência sobre a cobertura vacinal", esclarece Diego Xavier, pesquisador do MonitoraCovid-19. 

Considerando o aspecto geográfico, a nota aponta que algumas regiões têm parte expressiva de seu território abaixo dos índices ideais de vacinação. "Enquanto as regiões Sul e Sudeste apresentam elevado percentual da população imunizada, áreas da região Norte, Nordeste e Centro-Oeste ainda apresentam bolsões com baixa imunização para covid-19. Se considerarmos como um cenário de segurança, a vacinação com esquema completo acima de 80%, temos no Brasil apenas 16% dos municípios nessa situação", aponta o documento. 

As falhas no processo de vacinação, dizem os técnicos da Fiocruz, são preocupantes também em área de fronteira, como o limite entre Rondônia e Bolívia, a tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia ? onde se localizam as cidades de Tabatinga e Letícia ? e também na tríplice fronteira entre Roraima, Venezuela e Guiana, e todo o estado do Amapá, com fronteira com a Guiana Francesa. Esses territórios são hoje vulneráveis para a entrada de novas variantes e a disseminação do vírus da covid-19 para todo o país. 

Além da aceleração da aplicação das segundas doses do esquema vacinal e da aplicação da dose de reforço, os especialistas reforçam a importância das medidas de prevenção como o uso de máscaras, de preferência nos modelos PFF2 e N95, além da não recomendação de realização de eventos de grande porte que geram aglomerações. 

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