Opas diz que proibição de viagens não é eficaz para conter covid-19

A Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, afirma que a proibição de viagens não tem se mostrado eficente na transmissão de nenhuma variante do coronavírus.

O vice-diretor da Opas, o brasileiro Jarbas Barbosa, disse ser 'praticamente impossível' ter uma proibição de voos efetiva. 

Além disso, ele reforçou que os fechamentos não podem ser uma medida punitiva contra os países que detectam e comunicam a existência de variantes, como aconteceu com a ômicron.

Barbosa também ressaltou que os países que detectam e identificam as variantes não podem ser punidos, por que pode provocar a falta de transparência e o não-compartilhamento de informações.

"Os países que detectam as novas variantes e comunicam, como fez a África do Sul, não podem ser punidos. Quando o mundo faz isso, a gente deixa de estimular a transparência, o compartilhamento de informações, que são medidas essenciais para que o mundo todo fique protegido", disse.

Além disso, o brasileiro destacou que ampliar a cobertura vacinal ainda é a melhor forma de evitar o surgimento de novas variantes. Barbosa reforçou que a meta da Organização Mundial de Saúde é vacinar 40% da população do planeta até 21 de dezembro e 70% até 2022.

Viagens de fim de ano com precaução

Com o aumento de trânsito de pessoas durante as festas de final de ano, o vice-diretor da Opas recomenda que apenas viagens essenciais sejam mantidas, principalmente se o destino for em países com altos índices de transmissão.

"Evitar viajar para países que estão com uma transmissão comunitária forte. Se não é uma viagem essencial, é melhor adiar essa viagem. Quando a gente olha pelo mundo, temos situações bem diferentes, há países em que a transmissão está mais controlada e outros em que ainda é muito forte. Segundo, só viajar se estiver completamente vacinado, de maneira a estar protegido. Terceiro, manter o uso de máscaras, evitar lugares fechados e aglomerações", explica o executivo da Opas.

Vacinação no continente americano chega a 60%

De acordo com Jarbas Barbosa, a taxa de imunização completa nas Américas chega a 60%, no entanto, ainda há lacunas na região, como o Haiti, que apenas 1% da população recebeu o imunizante contra a covid-19.

Além disso, ele diz que a Opas atua com países da América Latina e Caribe para reduzir a desigualdade e que segue recebendo as doses por meio do consórcio Covax e por relações bilaterais.

A Opas recomenda acelerar a vacinação dos grupos prioritários para evitar casos graves e internações e que todos cumpram o esquema completo de vacinação, com a imunização das duas doses contra a covid-19. 

Casos de covid-19 triplicam nas Américas

No ano, a agência registrou o triplo dos casos de coronavirus no anos, com 98 milhões de infecções e 2,3 milhões de mortes em toda a região.