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Butantan inicia projeto de testagem para diagnóstico em assintomáticos da covid

Em sete pontos da capital paulista, instituto vai realizar testes do tipo RT-PCR

Butantan inicia projeto de testagem para diagnóstico em assintomáticos da covid
Fachada do Instituto Butantã
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O Instituto Butantan, em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, iniciou nesta 5ª feira (25.nov) uma ação de testagem para diagnóstico da covid-19 em pessoas assintomáticas. São sete pontos da capital paulista com tendas para a realização do exame tipo RT-PCR, capaz e de detectar a presença do vírus mesmo em pessoas que não apresentem sintomas de infecção. A ação ocorrerá até o dia 17 de dezembro e podem participar maiores de 18 anos.

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A análise das amostras coletadas serão encaminhadas aos laboratórios do Instituto Butantan para verificar a existência do vírus causador da covid-19. A expectativa é que o resultado seja emitido e disponibilizado aos participantes em até 24h após a coleta.

"O objetivo desta ação é testar pessoas que não estejam sentindo nenhum sintoma da covid-19, para que possamos identificar os casos assintomáticos e, assim, isolá-los para que não sejam um risco aos outros. Com as análises também vamos entender se o vírus está circulando de forma silenciosa no atual momento da pandemia", explica Maria Carolina Sabbaga, uma das coordenadoras da Rede de Alerta das Variantes e da Rede de Laboratórios para Diagnóstico do Coronavírus SARS-CoV-2 do Instituto Butantan.

De acordo com Maria Carolina, em outros momentos da pandemia foi detectada uma proporção de 20% a 40% de positividade entre assintomáticos. A expectativa é que esse número esteja mais baixo devido ao atual cenário da pandemia, em que a maioria da população está vacinada e os indicadores de mortes e hospitalizações continuam caindo. O projeto vai permitir aos pesquisadores entender se o vírus continua circulando entre pessoas assintomáticas e em que quantidade isso acontece.

O participante receberá orientações sobre o projeto e deverá responder um questionário, além de informar dados cadastrais como nome e meios de contatos. Após a coleta de amostras da garganta e do nariz, a pessoa será liberada para retomar as atividades do dia. Em até 24h o participante receberá o resultado do seu exame no e-mail ou telefone informado no cadastro. Em casos positivos, o participante pode se isolar e buscar atendimento médico, caso necessário. As amostras detectadas como positivas para o vírus seguirão para uma segunda etapa, nesse caso o sequenciamento genômico, com o objetivo de saber qual a variante do coronavírus em questão.

O SBT News conversou com o pesquisador do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP) e virologista da Dasa, José Eduardo Levi, sobre a segunda parte do projeto que analisará as amostras positivas. Segundo o pesquisador, a possibilidade de testagem em massa no país ainda está distante de um cenário "ideal", como por exemplo, na China. Quando a população (chinesa) apresenta casos positivos de covid-19, sendo eles assintomáticos ou sintomáticos, a localidade inteira em uma semana testa toda a população. "Infelizmente aqui no Brasil, esse cenário ainda está longe de se concretizar", enfatiza Levi. 

"O que estamos fazendo é uma testagem predominante (e não um sequenciamento) de pessoas sintomáticas (só sabemos depois da testagem) em cada Estado, até porque ninguém no Brasil tem condições de fazer sequenciamento de todas as amostras positivas, e mesmo que tivéssemos não há necessidade de sequenciar todos os positivos, mas apenas uma fração representativa algo como 1-5%", informou o pesquisador.  Para o pesquisador, "uma testagem em massa no Brasil seria um grande trunfo estratégico para reduzir os casos".

No Brasil ao todo foram testados algo em tordo de 40 e 50 milhões de testes em dois anos de pandemia. "Infelizmente ainda não temos estrutura e nem reagente para testarmos toda a população", mesmo com o declínio dos casos no país. Para o pesquisador, o que o Instituto Butantan está fazendo é uma ação de redobrar os cuidados com a doença. Assim pode-se intervir nos pacientes assintomáticos para que eles façam uma quarentena e depois retornem para outro teste para saber se realmente estão livres da doença. 

Questionado sobre a eficácia das vacinas em geral e o perfil dos assintomáticos, Levi conclui que no final do próximo ano teremos possivelmente uma vacina 100% eficaz, chamada de vacina de segunda geração. "Mas, as (vacinas) que temos disponíveis (hoje) no mercado, permitem que a doença não se desenvolva de maneira grave, ou seja, evitando o óbito". 

Sobre as possíveis festividades, Levi diz, que "as comemorações de final de ano em família podem ocorrer tranquilamente, mas infelizmente comemorações que giram em torno de aglomerações farão novos casos subirem novamente como tem acontecido nos países da Europa". 

A expectativa é que dentro de um mês o número de pessoas vacinadas no país suba, e que as medidas preventivas de turistas sejam aplicadas com o passaporte vacinal, ou seja, testes antes de embarcar e testes ao chegar no país destinatário, mas sem necessidade de quarentena. "O que tem acontecido no Brasil com a variante delta, por exemplo, é um fato curioso, pois aqui a variante está presente no país e 100% controlada, conclui o coordenador. 

Pontos

Os interessados podem procurar um dos postos de testagem listados abaixo, das 9h às 16h, de 2ª-feira à 6ª-feira. 

Aeroporto de Congonhas
Largo Treze (Santo Amaro)
UBS Dr. Manoel Saldiva Neto (Brás)
Metrô Faria Lima (Pinheiros)
Terminal Rodoviário Tietê (Santana)
Mercado Municipal de São Paulo (Centro)
Mercado Municipal de São Miguel Paulista (Zona Leste)

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