UFPR avança na produção de vacina brasileira contra a covid-19
Dados preliminares indicam que o imunizante pode ter uma eficácia maior que a vacina de Oxford/AstraZeneca
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) anunciou, na tarde desta 2ª feira (26.abr), que uma equipe de pesquisadores avançou no desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19 que pode ter uma eficácia maior do que a de Oxford/AstraZeneca. Segundo a instituição, a expectativa é de que o novo imunizante seja disponibilizado para a população a partir de 2022.
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Em entrevista coletiva virtual, o reitor da universidade, Ricardo Fonseca, destacou que o projeto é de suma importância para o país, uma vez que sinaliza o "avanço na autonomia tecnológica" com a produção de um imunizante 100% nacional. "Essa vacina é necessária para o Brasil e para o mundo não só neste ano de 2021, mas será nos próximos anos", pontuou.
Ainda de acordo com Fonseca, a UFPR pretende protocolar pedido na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para executar a fase clínica do projeto no segundo semestre deste ano. "Se essa vacina está ainda em testes, é importante, estratégico, necessário, que tenhamos esperança dessa vacina, ainda que ela fique pronta no ano que vem, que é a expectativa que temos", completou.
O reitor da universidade também ressaltou que a estimativa é de que o imunizante tenha um baixo custo, com valores que podem variar de R$ 5 a R$ 10 por cada dose.
Pesquisa
Segundo os pesquisadores responsáveis pelo projeto, a tecnologia utilizada para o desenvolvimento da vacina conta com a presença de material do próprio vírus. Um gene, que é recombinado com particulas e sintetizado em um biopolímero, é inserido no paciente para estimular a produção de anticorpos.
"Uma vez preparada a proteína e a partícula, nós reunimos os dois in vitro e a automontagem da partícula resulta em um polímero, uma partícula que mimetiza a partícula viral. Ele tem propriedade de estimular o nosso sistema imune contra o SARS-Cov2", explicou Emanuel Maltempi, um dos responsáveis pelo estudo.
Ainda de acordo com o resultado de dados preliminares, foi observada uma maior eficácia do imunizante brasileiro em relação à vacina da Oxford/AstraZeneca. No entanto, os pesquisadores ressaltam que a taxa de eficiência somente será comprovada após o fim dos estudos.
Atualmente, a pesquisa está na fase de testes de eficácia em animais e de análises, como testes toxicológicos.