Com terceira alta consecutiva, dólar atinge cotação recorde de R$ 4,27
Em meio às incertezas, o preço da gasolina subiu 4% nas refinarias, e pode chegar ao bolso do consumidor. A valorização também pode elevar o preço de outros produtos
SBT News
O dólar fechou em alta pelo terceiro dia seguido, nesta quarta-feira (27), e chegou a alcançar a cotação recorde de quatro reais e vinte e sete centavos durante o dia.
A Confederação Nacional das Indústria, no entanto, não encara com pessimismo a crescente valorização da moeda americana. "Com dólar mais caro, faz com que produtos estrangeiros fiquem também mais caros, e os produtos brasileiros mais baratos. Ou seja, os exportadores de produtos brasileiros vão ter melhores condições para colocar seus produtos no mercado internacional", argumenta o gerente executivo de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.
O economista César Bergo, por sua vez, concorda que o dólar mais caro favorece as exportações, mas explica que a alta pode pesar no bolso do consumidor. "O seu João, a dona Maria, ela vai ser afetada a medida que ela vai no supermercado comprar um biscoitinho, um pãozinho, né!? Porque a farinha de trigo é toda importada, praticamente. Então, é em dólar. O seu João vai na farmácia e precisa comprar um remédio, também vai ser afetado, porque os produtos farmacêuticos são praticamente importados, os componentes", diz o especialista.
Especialistas avaliam que a disparada do dólar é momentânea e que a tendência é a moeda retornar ao patamar das últimas semanas. O dólar já vinha se valorizando, inclusive, em outros países, em parte porque a economia norte-americana está mais forte.
A conclusão é que, a longo prazo, o brasileiro irá sentir no bolso a alta da moeda. O preço da gasolina, por exemplo, já subiu 4% nas refinarias. Para o ministro do Turismo, porém, o aumento não irá desestimular as viagens de carro nessas férias. "É uma oportunidade que nós temos de fomentar o turismo interno, doméstico, já que o dólar está muito alto, viajar para o exterior fica mais caro", afirma Marcelo Álvaro Antônio.