Advogado de filho de Flordelis questiona confissão de assassinato
O defensor de Flávio dos Santos disse ainda que irá entrar com um pedido de habeas corpus. Já a deputada federal denunciou à Polícia uma tentativa de extorsão
SBT News
A defesa de um dos filhos da deputada federal Flordelis informou, nesta segunda-feira (23), que irá entrar com um pedido de habeas corpus, com base em uma carta escrita pelo irmão. O advogado alegou que Flávio dos Santos só confessou ter assassinado o pai, o pastor Anderson do Carmo, porque foi coagido.
A confissão, divulgada agora pelos advogados de Flávio, foi gravada pela Divisão de Homicídios de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, em 19 de julho - três dias após a morte do pastor.
No vídeo, Flávio diz ter efetuado os disparos. Em seguida, um investigador pergunta: "Contra o Anderson?". O filho de Flordelis, então, responde: "Contra o Anderson. Porque eu já tinha tido ciência dele que ele tinha passado a mão na minha irmã e na minha sobrinha".
Nas imagens, Lucas, irmão de Flávio, que foi preso preso por confessar ter comprado a arma do crime, acrescenta: "Ele [Flávio] falou que ia acabar com o sofrimento da minha mãe".
Para a defesa, as declarações não têm validade porque Flávio foi torturado por policiais e não estava acompanhado dos advogados. Eles também apresentaram uma carta, supostamente escrita por Lucas, para a mãe, Flordelis.
No texto, o rapaz conta que o plano foi arquitetado por outro irmão, Misael. A ideia, segundo ele, era apenas dar um susto no pastor, que estaria atrapalhando os planos políticos de Misael, vereador em São Gonçalo, região metropolitana do Rio.
A divisão de homicídios informou que, até agora, não recebeu nenhuma carta, e questionou se o texto realmente foi escrito por Lucas. A polícia esclareceu ainda que qualquer nova declaração do filho de Flordelis tem que ser feita por meio de depoimento.
Flordelis denuncia ligação com tentativa de extorsão
A deputada federal Flordelis divulgou telefonemas recebidos de um homem que se identificou como policial da Divisão de Homicídios da capital fluminense, com uma tentativa de extorsão.
"Tem uma pessoa da família da senhora que garantiu que tem provas (...) que vai incriminar a senhora... que a senhora foi a mandante, que a senhora sabia de tudo que ia acontecer... O que importa para mim é o que vai vir para o meu bolso", diz a voz masculina ao telefone.
Flordelis responde: "Provas contra mim é difícil ter porque eu sei do que, eu sei que eu não fiz". Em seguida, a deputada entregou a gravação à Polícia Federal.
Na madrugada deste domingo (22), Flordelis esteve na reconstituição do crime, na casa dela, em Niterói. Lucas e Flávio não quiseram participar.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Bárbara Lomba, o processo apontou algumas inconsistências entre os depoimentos e o ocorrido. "Houve algumas contradições que continuam nos indicando o caminho que nós já tínhamos obtido nas investigações. Na hora de reproduzir, as pessoas não, às vezes, não sustentam o que foi falado num outro ambiente, né?", esclareceu.