Justiça suspende prisão domiciliar de Roger Abdelmassih

Roger Abdelmassih, ex-médico famoso na área da fertilidade, teve sua prisão domiciliar suspensa por suspeita de fraude nas declarações de saúde, que sustentam o pedido para que ele cumprisse a pena em casa. A Polícia Civil foi até a casa de Abdelmassih, nos Jardins em São Paulo, para leva-lo até o Hospital Penitenciário de Santana, nesta terça-feira (13). A decisão foi expedida pela juíza Andrea Brandão, e o documento da decisão do Tribunal de Justiça destaca que o ex-médico ficará provisoriamente no Hospital Penitenciário do Estado por, no mínimo, 30 dias, até realizarem uma nova perícia.

Relembre o caso: 

Roger Abdelmassih era muito famoso na área da fertilidade e inseminação, e em 2009 foi acusado de abusar e estuprar pacientes mulheres enquanto estavam sedadas. O ex-médico chegou a ficar preso em dezembro de 2009, mas o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, concedeu o direito de responder em liberdade. Em janeiro do ano seguinte, Abdelmassih fugiu para outro país, e só foi preso em 2014, em Assunção.

Acusado de cometer 48 estupros contra 37 mulheres, Abdelmassih foi condenado a 181 anos de prisão. Em 2017 ele passou a cumprir prisão domiciliar, após problemas cardíacos, que tratava no Centro Hospital do Sistema Penitenciário. Entretanto, em julho deste ano, a justiça precisou apurar os laudos médicos que concediam a prisão domiciliar, por suspeita de fraude. 

No livro "Diário de Tremembé", de Acir Filó, também preso da penitenciária, o médico detento Carlos Sussumu é acusado de ajudar Abdelmassih a fraudar sua doença. Sussumu teria sugerido remédios que causaram as complicações cardíacas, e atestou a doença que beneficiou o ex-médico a conseguir prisão domiciliar. O advogado de Sussumu nega as acusações. A publicação do livro fez com que todos os detentos citados tivessem que deixar o presídio para prestar esclarecimentos.