Youtuber americano que gravou perseguição da PM em São Paulo se pronuncia pela primeira vez
O criador de conteúdo afirmou que recebeu autorização da polícia para gravar e lamentou o afastamento dos policiais
O youtuber Gen Kimura, que filmou a si próprio em uma viatura da Polícia Militar de São Paulo (PM-SP) em junho, se pronunciou pela primeira vez sobre o caso em um vídeo publicado nessa segunda-feira (26).
"O que era para ser um vídeo que não iria expor nem glorificar os policiais virou uma grande controvérsia com mídia, política e ética", diz Kimura.
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O criador de conteúdo afirmou que recebeu autorização da polícia para gravar e lamentou o afastamento dos policiais.
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"Tentaram me pintar como uma pessoa irresponsável, desrespeitosa, um vilão. Eles não estão errados em falar que o que eu fiz é perigoso. Mas eles ligam para a nossa segurança? Se tivessem o mesmo nível de acesso que tivemos, iam pular dentro, como já fizeram", destacou.
Entenda o caso
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) solicitou esclarecimentos e a Polícia Militar instaurou uma sindicância para apurar a participação de um youtuber norte-americano em uma perseguição policial na zona norte da capital paulista. O registro foi compartilhado pelo próprio Gen Kimura em um canal de Youtube.
No vídeo de um pouco mais de 40 minutos, Kimura acompanha a rotina dos agentes do 18º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, localizado na Freguesia do Ó, durante patrulhamento nas favelas Iraque, Parque Taipas e Capadócia. Na última, o youtuber filma o que seria uma perseguição a uma moto roubada.
"Isso parece uma cena de filme", diz Kimura um pouco antes do suposto suspeito ser pego pelos agentes. Em seguida, o youtuber aparece com um fuzil da PM no meio das pernas enquanto retorna com os agentes para o batalhão.
Com mais de 1,5 milhão de visualizações no Youtube, o vídeo também mostra a rotina dos agentes no que o youtuber afirma ser "o país mais mortal do mundo". Kamura tem acesso ao batalhão, a rotina de treinos e até a sala onde as armas da corporação ficam guardada.
Cinco policiais militares envolvidos na gravação foram afastados das funções.