Tapetes de Corpus Christi: saiba por que as ruas ficam coloridas em celebração
Trazida ao Brasil pelos portugueses, tradição continua viva nas procissões católicas até os dias de hoje
Emanuelle Menezes
O dia de Corpus Christi, comemorado em 2025 nesta quinta-feira (19), celebra a instituição do sacramento da Eucaristia, quando pão e vinho consagrados representam simbolicamente o "corpo de Cristo", recordando a última ceia de Jesus com os apóstolos. Nesta data, milhares de fiéis vão às ruas em uma das maiores tradições do catolicismo: a confecção de tapetes coloridos.
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Segundo a Canção Nova, este é o único dia do ano em que o Santíssimo Sacramento sai em procissão nas ruas, em uma manifestação pública da fé no sacramento da Eucaristia. E os tapetes adornam o trajeto do cortejo, enquanto o sacerdote leva o ostensório – objeto que exibe a hóstia consagrada, representando o corpo de Cristo.
Para os católicos, os longos tapetes ornamentados remetem à entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, quando o povo cobriu as ruas com ramos de palmeiras para receber o Messias. Já a tradição de enfeitar a procissão Eucarística teria começado no arquipélago dos Açores, em Portugal, no século XIII.
Trazida ao Brasil pelos portugueses, a prática continua viva até os dias de hoje. Os tapetes, feitos com sal colorido, serragem, pó de café, areia, pedras tingidas e materiais recicláveis, representam passagens bíblicas, recordam a vida de Jesus Cristo e os símbolos da Eucaristia.
"A Eucaristia é o motivo central das decorações, mas também aparecem temas como o cuidado com os pobres, a missão cristã, a caridade, a natureza, paz, fraternidade", afirma Eduardo Souza, coordenador-geral da Frente de Trabalho de Corpus Christi pela Arquidiocese de Curitiba.
Origem de Corpus Christi
A festa de Corpus Christi, expressão em latim que significa "corpo de Cristo", é celebrada sempre na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, celebrado pelos católicos uma semana depois do domingo de Pentecostes. A data foi instituída ainda na Idade Média, no ano de 1264, pelo papa Urbano IV, sob influência da freira agostiniana Juliana de Mont Cornillon.
Antes de ser escolhido pontífice, em 1261, ele se chamava Tiago Pantaleão de Troyes e recebeu o segredo das visões da religiosa, que pedia uma festa da Eucaristia no calendário litúrgico, em Liége, na Bélgica.
Já durante o papado de Urbano IV, uma hóstia branca teria se transformado e escorrido sangue, manchando os panos e toalhas usados pela igreja de Bolsena, na Itália. A partir daí a data foi instituída, em honra ao corpo e ao sangue de Cristo.
