STF condena Sérgio Nahas pela morte da esposa e aumenta pena para 8 anos de prisão
Condenação acontece 23 anos após o crime; defesa do empresário afirma que "o caso se encontra em grau de recurso para evitar uma condenação injusta"

SBT News
O empresário Sérgio Nahas foi condenado por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 8 anos e 2 meses de prisão em regime fechado pelo assassinato da esposa. O crime ocorreu em setembro de 2002, no apartamento do casal, localizado em Higienópolis, área nobre de São Paulo.
Na época do crime, os advogados alegavam que Fernanda sofria de depressão e teria tirado a própria vida. Nahas já havia sido condenado em 2018 pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), com pena de 7 anos em regime semiaberto. A defesa recorreu, e o caso chegou ao STF, onde foi julgado na última semana. A pedido do Ministério Público, os ministros aumentaram a pena do réu.
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Os ministros do STF acompanharam o voto do relator, ministro Dias Toffoli, negando que houve violação de direitos constitucionais ou legais que justificasse a revisão da pena estabelecida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Apesar da condenação, Nahas segue respondendo ao processo em liberdade. O SBT News procurou a defesa da família de Fernanda, mas não obteve retorno. Já a defesa de Nahas afirmou que “o caso se encontra em grau de recurso para que uma injusta condenação/prisão não ocorra.”
Relembre o caso
Segundo a acusação, Nahas matou Fernanda após ela descobrir que ele a traía e fazia uso de drogas. De acordo com o promotor Fernando Bolque, o empresário também temia a divisão de bens, já que a vítima cogitava pedir o divórcio.
Testemunhas e laudos apontam que Fernanda se refugiou no closet do apartamento, tentando se proteger. Nahas teria arrombado a porta e atirado duas vezes. Um laudo da perícia indicou que o primeiro disparo atingiu a mulher, enquanto o segundo foi feito em direção à janela.
Fernanda passava por tratamento contra a depressão. A defesa do réu argumenta que diários da vítima indicavam pensamentos suicidas. No entanto, a Polícia Científica não encontrou vestígios de pólvora nas mãos dela — elemento crucial em casos de suicídio por arma de fogo. A defesa, por sua vez, alegou que o modelo da pistola usada não deixaria resíduos nas mãos, apenas nas roupas.
Nahas chegou a ser preso por porte ilegal da arma, mas foi solto após 37 dias por decisão judicial.