Sonia Guajajara visita indígenas feridos após conflito na Bahia
Mulher pataxó foi assassinada por fazendeiros em conflito na região rural de Itapetinga
A ministra dos povos indígenas, Sonia Guajajara, foi até a Bahia nesta segunda-feira (22), após um conflito de terra que deixou uma mulher pataxó morta.
Depois de desembarcar na Bahia, a ministra visitou os feridos em um hospital de Ilhéus. Sonia Guajajara conversou com o cacique Nailton Muniz, que foi atingido por um tiro no rim e precisou passar por cirurgia. A irmã dele, Maria de Fátima Muniz, conhecida como "Nega Pataxó", morreu baleada no conflito.
"Minha irmã morreu nos meus braços. Quando atiraram nela, eu fui segurar ela, me atiraram aqui também"", conta Nailton.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, cerca de 200 ruralistas que fazem parte do "Movimento Invasão Zero" se mobilizaram por meio de um aplicativo de mensagens depois de uma fazenda ter sido ocupada e reivindicada por indígenas do grupo pataxó Hã-Hã-Hãe na região rural de Itapetinga, no sudoeste do estado, a 315 quilômetros de Salvador.
Neste domingo, os fazendeiros cercaram a área com dezenas de veículos. Foi quando houve o conflito. Dois suspeitos de participação no assassinato da indígena foram presos em flagrante. Um indígena que portava uma arma artesanal também foi detido. Policiais apreenderam quatro armas de fogo.
Segundo o levantamento mais recente da comissão Pastoral da Terra, feito em 2022, foram registrados, naquele ano, 211 conflitos em áreas rurais da Bahia, com envolvimento de indígenas, quilombolas e movimentos organizados, como o MST. O estado só ficou atrás do Maranhão (225) e do parar (236) em número de casos".
"Nós não vamos aceitar qualquer tipo de violência contra qualquer comunidade, na Bahia e no Brasil. Nós não aceitaremos qualquer tipo de justiça feitas pelas próprias mãos das pessoas, sem seguir a Constituição", disse Jerônimo Rodrigues, governador do estado.