Sede da COP30, Pará decreta situação de emergência devido ao aumento das queimadas
Focos de incêndios estão 200% acima do registrado no mesmo período em 2023; fumaça vem prejudicando qualidade do ar
O governador do Pará, Helder Barbalho, decretou situação de emergência devido ao aumento das queimadas no estado. A medida, anunciada após reunião na terça-feira (17), também leva em consideração a estiagem prolongada que tem afetado diversas regiões, prejudicando tanto o abastecimento de água quanto a qualidade do ar.
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O decreto considera que a estiagem está causando sérios danos ambientais, incluindo a morte e migração de espécies da fauna, a destruição da vegetação devido à falta de água e o aumento do risco de queimadas, que poluem o ar com partículas e gases tóxicos. Além de afetar a qualidade do ar, a fumaça acaba contribuindo para as mudanças climáticas.
O texto destaca ainda os impactos na saúde pública, como o agravamento de problemas respiratórios devido à poluição do ar. Atualmente, as regiões mais afetadas incluem:
- Araguaia
- Baixo Amazonas
- Carajás
- Guajará
- Guamá
- Lago de Tucuruí
- Marajó
- Rio Caeté
- Rio Capim
- Tapajós
- Tocantins
- Xingu
“Os números são alarmantes: registramos um aumento de 200% nos focos de queimadas em comparação com o mesmo período de 2023. Estamos com brigadistas e equipes atuando nas áreas mais críticas. Continuaremos trabalhando para mitigar os impactos na vida, na saúde e na economia do nosso estado", disse Barbalho.
Ele explicou que, com o decreto, o governo poderá mobilizar todos os órgãos estaduais sob a coordenação da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil para ações de resposta ao desastre e recuperação dos cenários afetados. Também está prevista a execução de programas prioritários de recuperação, além da possibilidade de convocar voluntários para reforçar as ações de resposta, seguindo as orientações de segurança e saúde.
COP30
A medida é simbólica, já que Belém será a sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro de 2025. Segundo estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), são esperados 40 mil visitantes durante os principais dias da Conferência. Deste total, aproximadamente 7 mil compõem a chamada "família COP", formada pelas equipes das Nações Unidas e delegações de países membros.