Quem são jogadores e técnicos vítimas de desvio de R$ 7 milhões do FGTS investigado pela PF
Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão contra bancários nesta quinta (13) em nova fase da operação Fake Agents


Emanuelle Menezes
A Polícia Federal realiza, nesta quinta-feira (13), a 3ª fase da Operação Fake Agents, que investiga o desvio de cerca de R$ 7 milhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de jogadores de futebol, ex-atletas e treinadores. Segundo a PF, o esquema foi coordenado por uma advogada com contatos dentro de agências bancárias responsáveis por autorizar saques irregulares em nome das vítimas.
Entre as vítimas estão nomes de destaque do futebol brasileiro e internacional:
- Gabriel Jesus, atacante do Arsenal e ex-Palmeiras e Seleção Brasileira;
- Ramires, ex-meio-campista do Palmeiras e da Seleção;
- Paulo Roberto Falcão, ex-técnico e ídolo da Seleção Brasileira;
- Obina, ex-atacante do Flamengo;
- Titi, zagueiro do Goiás e ex-Vasco;
- Raniel, atacante com passagens por Santos e Vasco;
- Christian Cueva, meia peruano que jogou no São Paulo e Santos;
- João Rojas, atacante equatoriano ex-São Paulo;
- Alejandro Donatti, zagueiro argentino com passagem pelo Flamengo.
Buscas
De acordo com a Polícia Federal, quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos na manhã desta quinta-feira no Rio de Janeiro: três em residências de funcionários da Caixa Econômica Federal e outro em uma agência da instituição no Centro.
As investigações indicam que a advogada líder do grupo teve sua carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspensa após ser identificada como a responsável por coordenar os saques fraudulentos. A profissional usava documentos falsos e contas bancárias abertas em nome das vítimas para receber os valores desviados.
Como o golpe funcionava
Segundo a PF, a fraude começou a ser investigada após um banco privado denunciar uma conta aberta com documentos falsos em nome de um jogador peruano. Em maio de 2024, o SBT News noticiou que a vítima era o centroavante Paolo Guerrero, ex-jogador de Corinthians e Flamengo. Ele teve R$ 2,2 milhões retirados indevidamente de sua conta vinculada ao FGTS.
A partir daí, a polícia descobriu uma rede criminosa que usava dados de atletas e ex-jogadores para sacar valores do Fundo de Garantia de forma irregular.
Os investigados devem responder por falsificação de documento público, estelionato e associação criminosa, podendo ainda ser enquadrados em outros delitos conforme o avanço das apurações.
A operação é conduzida pela Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (DELEFAZ) da Polícia Federal no Rio, com apoio da área de Inteligência e Segurança da Caixa Econômica Federal.
Em nota, a Caixa afirmou que atua em parceria com a PF na investigação. "Todos os casos identificados são tratados com rigor, e os valores movimentados indevidamente são integralmente restituídos aos clientes", disse o banco.
Leia nota da Caixa na íntegra:
A CAIXA mantém uma equipe técnica altamente qualificada, dedicada à identificação e mitigação de vulnerabilidades, além de promover melhorias contínuas em seus mecanismos de segurança, com foco na prevenção de fraudes e na proteção dos dados dos clientes.
O banco reforça que atua em parceria com a Polícia Federal e demais órgãos de controle na investigação e repressão a fraudes. Todos os casos identificados são tratados com rigor, e os valores movimentados indevidamente são integralmente restituídos aos clientes.









