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Quem é Kat Torres, influenciadora condenada a 8 anos por tráfico humano e exploração sexual

O nome da influencer voltou a circular após uma entrevista concedida à BBC, publicada nesta segunda-feira (15)

Quem é Kat Torres, influenciadora condenada a 8 anos por tráfico humano e exploração sexual
Kat Torres ganhou fama ao se apresentar nas redes sociais como "guru espiritual". Ela oferecia cursos como "life coach" com valores que variavam de R$ 73 (mensal) a R$ 700 (anual) | Reprodução / Redes Sociais
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Tráfico humano, exploração sexual e estar ilegalmente nos Estados Unidos: essas são as principais acusações contra a influenciadora e ex-modelo Kat Torres, condenada a oito anos de prisão e que atualmente está na penitenciária de Bangu, no Rio de Janeiro.

O nome da influencer voltou a circular após uma entrevista concedida à BBC, publicada nesta segunda-feira (15). Kat passou a ser investigada pelo FBI (Polícia Federal dos EUA) em 2022, quando duas mulheres foram consideradas desaparecidas, e as investigações indicavam que elas estariam na casa da ex-modelo nos Estados Unidos.

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Kat Torres ganhou fama ao se apresentar nas redes sociais como "guru espiritual". Ela oferecia cursos como "life coach" com valores que variavam de R$ 73 (mensal) a R$ 700 (anual) e era seguida por centenas de milhares de pessoas.

Desirrê Freitas, uma brasileira que morava na Alemanha, e a brasileira Letícia Maia foram as vítimas cujo desaparecimento motivou a operação liderada pelo FBI. As duas se mudaram para morar com Kat em Austin, no Texas.

Desirrê conta que a ex-modelo pagou uma passagem para ela viajar até os Estados Unidos, citando pensamentos suicidas e pedindo ajuda. Em poucas semanas, Desirrê afirma que Kat a forçou a trabalhar em um clube de strip-tease, dizendo que, caso não fosse, teria que devolver todo o dinheiro gasto pela influencer para levá-la até o Texas.

No caso de Letícia, que participava das palestras de Kat desde os 14 anos, foi convencida por ela a ir trabalhar como "au pair" (babá que mora na residência da família atendida) e, posteriormente, trabalharia com a ex-modelo. Na ocasião, ela estava com 21 anos.

Se dizendo "guru espiritual", Kat ameaçava as mulheres e dizia que iriam amaldiçoá-las caso não trabalhassem nesse negócio. Um gerente do clube de strip-tease em questão, afirmou que as garotas trabalhavam muitas horas por dia, sete dias por semana.

Kat Torres com Desirrê (centro) e Letícia (à direita) | Redes Sociais / Reprodução
Kat Torres com Desirrê (centro) e Letícia (à direita) | Redes Sociais / Reprodução

Desirrê conta ainda que Kat a forçou a trabalhar como prostituta, o que ela se recusou a fazer. No dia seguinte, ela foi levada a um campo de tiros pela influencer. Assustada, ela atendeu às exigências e começou a trabalhar como garota de programa.

"Muitas perguntas me assombravam: 'Será que eu poderia parar quando quisesse? E se a camisinha estourasse, eu pegaria alguma doença? Poderia [o cliente] ser um policial disfarçado e me prender? E se ele me matasse?'" escreve Desirrê em seu livro.

Letícia chegou a publicar um vídeo em que falava que era mantida em cativeiro e que havia conseguido fugir, mas que sua amiga, Desirrê Freitas, ainda estava presa no local.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o tráfico de pessoas é um dos crimes de maior crescimento global, movimentando aproximadamente US$ 150 bilhões (R$ 817 bilhões) em lucros anuais.

Na entrevista à BBC, realizada em abril, Kat Torres se declarou inocente de todas as acusações. Na ocasião, ela ainda esperava o julgamento acerca dos casos de exploração sexual.

"Eu tive crises e mais crises de riso com tanta mentira que escutei. Todo mundo na sala podia ver que as testemunhas estavam mentindo. As pessoas me chamam de guru falsa, mas ao mesmo tempo falam: ela é muito perigosa. Cuidado com ela, porque ela pode mudar o que as pessoas pensam", disse ela.

Em 28 de junho, Kat foi condenada pelo juiz Marcelo Luzio Marques Araújo, da 10ª Vara Federal do Rio de Janeiro, a oito anos de prisão por submeter Desirrê a tráfico humano e condições análogas à escravidão.

Nas páginas finais de seu livro, Desirrê também reflete sobre suas experiências.

"Ainda não estou totalmente recuperada, tive um ano desafiador. Fui explorada sexualmente, escravizada e presa. Espero que minha história sirva de alerta."

Relembre o caso:

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