Quase 9% do Pantanal já foi queimado por incêndios neste ano
Mais de 100.000 hectares foram atingidos nas últimas 24h, chegando a 1,3 milhão de hectares nos últimos 7 meses
Yumi Kuwano
Mais de 100 mil hectares foram queimados no Pantanal, somente nas últimas 24 horas, de acordo com dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ). Com isso, o total da área atingida pelo fogo já ultrapassa 1,3 milhão de hectares, o equivalente a 8,7% do bioma, desde o início de 2024.
Nesta segunda-feira (5), o Lasa emitiu um alerta de perigo meteorológico de fogo para a Bacia do Alto Paraguai, válido até o dia 10 de agosto.
De acordo com a nota, a maior parte da região apresenta risco extremo de uma ignição se tornar um incêndio de grandes proporções, com alta velocidade de propagação e difícil combate até por meios aéreos.
Combate
De acordo com o último boletim divulgado pelo do governo de Mato Grosso do Sul, seis focos de incêndios ainda estão ativos, além de duas áreas sendo monitoradas.
Um deles, que teve origem na região da Nhecolândia, em Corumbá, tem situação mais crítica no Parque Estadual do Rio Negro e nas áreas ribeirinhas. Já a região do Albuquerque, também em Corumbá, e a Fazenda Caiman, no município de Aquidauana, também apresentam focos preocupantes.
+ Bombeiros combatem seis focos de incêndios florestais no Pantanal (MS)
Brigadistas dos governos federal e estadual atuam no combate no Pantanal. São mais de 233 agentes de órgãos do Ministério do Meio Ambiente, 106 militares do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul, 34 agentes da Força Nacional de Segurança Pública, 20 do Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil, além de militares das Forças Armadas e da Polícia Militar estadual. Seis embarcações, sete caminhões, 23 aeronaves e 44 caminhonetes ajudam no combate.
No dia 31 de julho, foi sancionada a Lei 14.944/2024 da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que define regras para o uso do fogo em áreas rurais, nas comunidades tradicionais. A lei prevê multa e prisão de dois a quatro anos. O uso do fogo no bioma está proibido até o fim do ano, por decreto estadual.
