Projeto para ampliar proteção a agentes aposentados vem à tona após morte de Ruy Ferraz
Assassinato de ex-delegado-geral reacende debate sobre escolta pós-aposentadoria; corpo de Ruy Ferraz foi sepultado nesta terça-feira (16)
Vinícius Rangel
A morte do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, trouxe à tona um projeto de lei que visa ampliar a proteção a agentes públicos após a aposentadoria.
O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, afirmou que o ministro da Justiça, nas próximas semanas, irá apresentar ao presidente Lula um pacote que prevê a garantia da proteção a agentes aposentados. “É algo necessário, muito importante”.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ofereceu o apoio da Polícia Federal para auxiliar nas investigações do caso e destacou a disponibilidade do governo federal para colaborar com a perícia e a polícia científica. Por outro lado, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, recusou o apoio e disse que a estrutura estadual está “100% capaz” de dar a resposta necessária.
Despedidas a Ruy Ferraz
Amigos, parentes e centenas de policiais prestaram homenagens durante o velório de Ruy Ferraz, nesta terça-feira (16), na capital paulista. Ele foi um dos nomes mais influentes da Polícia Civil paulista.
Com mais de 40 anos de carreira, chefiou divisões como DENARC e DEIC antes de assumir o cargo de delegado-geral. Ele também foi responsável pela prisão de Marcos Camacho, o Marcola, um dos líderes do PCC. O combate à maior facção criminosa do país fez com que Ruy Ferraz se tornasse jurado de morte e recebesse muitas ameaças.
A Polícia Civil de São Paulo disse que, mesmo após o cargo, ex-delegados-gerais podem solicitar a escolta à Secretaria da Segurança Pública, mas que a solicitação não foi feita por Ruy Ferraz.