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Menina de 10 anos sobrevive a parada cardíaca que durou mais de uma hora

Lara Sousa foi reanimada e agora recebeu um aparelho que ajuda o coração a bater no ritmo certo

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Uma menina de 10 anos é a primeira criança do Distrito Federal a receber, na rede pública de saúde, um aparelho que ajuda o coração a bater no compasso certo. Lara Sousa foi reanimada após uma parada cardíaca de mais de uma hora. O caso dela surpreendeu até a equipe médica.

No começo de junho, a menina e a família estavam em uma festa em Planaltina, a 60 quilômetros de Brasília, quando uma das irmãs percebeu algo errado e gritou pela mãe.

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“‘Mãe, a Lara tá passando mal’, elas disseram. E aí começaram os atendimentos da Lara lá. O menino puxou a Lara da piscina, a técnica de enfermagem veio e começou a dar os primeiros socorros”, diz Helen Ketlen Sousa, mãe da Lara.

Quando as primeiras manobras de reanimação com massagem cardíaca na menina não surtiram efeito, a família decidiu correr para o Corpo de Bombeiros. Os socorristas também não tiveram sucesso e partiram de ambulância para o hospital. Foram 70 minutos até que o coração da Lara voltasse a bater. É como se ela tivesse ficado morta durante uma hora e dez minutos.

Na UTI, os médicos descobriram que Lara nasceu com uma arritmia cardíaca, uma alteração na frequência e no ritmo das batidas do coração, provocada por uma falha nos estímulos elétricos, que fazem o órgão bombear o sangue para o corpo. A condição aumenta o risco de paradas cardíacas e mortes súbitas.

Para evitar que a situação se repita, a menina recebeu o implante de um cardiodesfibrilador. O aparelho é colocado sob a pele e tem fios que se conectam ao interior do coração. O dispositivo identifica quando a batida acontece de forma mais rápida ou mais lenta do que o normal e emite uma espécie de choque que faz o órgão voltar a bater no ritmo regular.

Lara foi a primeira criança do Distrito Federal a receber o aparelho pela rede pública de saúde. "Esse aparelho você pode colocar tanto na prevenção primária, nas pessoas que ainda não tiveram a morte súbita, ou no caso da Lara em prevenções secundárias para caso ela venha ter um novo evento, uma nova arritmia ventricular maligna, esse aparelho ser capaz de agir e reverter essa arritmia”, explica Edvagner Carvalho, cardiologista especialista em estimulação cardíaca e arritmia do Hospital de Base do Distrito Federal.

Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, 300 mil pessoas morrem a cada ano de morte súbita no mundo. No Brasil, os dados do Datasus mostram que mais de nove mil pessoas perderam a vida em 2023, devido à arritmia cardíaca.

A média de incidência é de um caso a cada 100 mil pessoas. Aos 50 anos, esse número aumenta para 50 a cada 100 mil casos e pode chegar a 200 na faixa dos 80 anos em diante.

Lara ganhou uma nova chance. Depois de quatro dias internada, já estava tirando fotos com a equipe médica, que ficou impressionada com a recuperação. "Geralmente nós, como profissionais da saúde, estamos acostumados a ver pacientes com cinco minutos ter sequelas irreversíveis. E a Lara não, a Lara não teve sequelas neurológicas significativas. Ela respondeu muito bem”, revela a enfermaira Priscila de Araújo Modesto.

Para a mãe, um milagre “Tudo indica que a Lara vai ter uma vida tranquila, saudável”, diz Helen.

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