Prefeitura do Rio vai impor novas regras à prática do stand-up paddle após resgate no Leme
Prefeitura chegou a anunciar proibição da atividade, mas voltou atrás; normas vêm após dezenas de pessoas serem resgatadas por não conseguirem voltar à orla

Cristiano Barbosa Lima
A Prefeitura do Rio chegou a anunciar, nesta segunda-feira (23), a proibição da prática do stand-up paddle nas praias de Copacabana e do Leme, da zona sul do Rio, mas acabou voltando atrás no fim da manhã. Agora, devem ser impostas novas regras a essa atividade aquática.
Segundo a Secretaria Municipal de Esportes, professores e responsáveis pela prática deverão se ajustar às orientações e normas estabelecidas por Resolução que será publicada no Diário Oficial do Município na terça-feira (24).
As alterações vêm depois de um incidente no último sábado (21), quando dezenas de pessoas tiveram que ser resgatadas pelos bombeiro depois de horas no mar. Cerca de 100 praticantes de stand-up paddle foram surpreendidos por uma ventania repentina durante uma remada para assistir ao nascer do sol, na Praia do Leme
As imagens mostram dezenas de pessoas agrupadas em cima das pranchas, tentando se manter juntas em alto-mar. O passeio, promovido pela empresa SupCopa, é um programa conhecido entre os amantes do SUP e costuma atrair grande público.
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Desta vez, o mar não colaborou. Segundo o Corpo de Bombeiros, 73 pessoas não conseguiram retornar por conta própria à orla e precisaram ser resgatadas. Oito delas passaram mal, com náuseas e vômitos, e precisaram de atendimento médico ainda na praia.
O salvamento mobilizou uma grande operação: guarda-vidas usaram barcos e até o helicóptero dos bombeiros para localizar e retirar os participantes da água. Apesar do susto, todos foram resgatados com vida.
Uma participante, visivelmente abalada, relatou a situação. "A gente estava todo mundo naufragado, no meio do mar, sozinho. E tinha um guia para 10 pessoas", contou uma mulher em vídeo.
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Em nota, a SupCopa afirmou que nenhuma das instituições meteorológicas oficiais apontava previsão de ventos fortes no horário do passeio. A empresa também ressaltou que outras pessoas que não eram clientes também estavam no mar no momento da ventania.
O caso reacende o debate sobre segurança e estrutura de eventos aquáticos, principalmente diante das mudanças climáticas e das condições imprevisíveis do tempo.
De acordo com a Secretaria Municipal de Esportes, o alvará do responsável pelo episódio que ocorreu no sábado (21) será cassado em função da não observância de aspectos básicos de segurança.