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Brasil

Prefeitura de São Paulo estuda uso de ônibus a biometano para reduzir poluição

Cidade busca alternativa à frota elétrica enquanto enfrenta problemas na infraestrutura para recarga dos veículos

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Reduzir a emissão de gás carbônico na atmosfera é uma preocupação mundial para conter as mudanças climáticas. Em São Paulo, a maior cidade do país, a prefeitura estuda a implantação de ônibus movidos a biometano como alternativa aos elétricos, que enfrentam entraves por falta de infraestrutura para recarga.

Atualmente, dos 13 mil ônibus da frota da cidade, 429 são elétricos. O carregamento leva, em média, três horas e permite até oito viagens de cerca de uma hora cada. O problema é que muitos desses ônibus estão parados nas garagens porque não há estrutura adequada para carregá-los. Só em uma garagem, mais de 30 veículos estão sem rodar.

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De acordo com o prefeito Ricardo Nunes, a culpa é da concessionária de energia, a Enel. “A gente não imaginava que a Enel fosse ser uma empresa tão irresponsável no nível que tem sido, de inclusive não ligar a energia nas garagens”, disse o prefeito. Ele também ressaltou que será necessário rever prazos devido à indisponibilidade da tecnologia.

A Enel informou que a instalação da infraestrutura nas garagens depende de fatores como a quantidade de veículos e a capacidade da rede elétrica existente. A empresa afirmou que está trabalhando em soluções e já concluiu obras em oito garagens nos dois primeiros meses deste ano (confira a íntegra da nota ao final do texto).

Enquanto o impasse não se resolve, a capital paulista corre contra o tempo para cumprir uma lei que determina que metade da frota esteja descarbonizada até 2028. Durante um seminário realizado nesta terça-feira (25), a prefeitura discutiu a possibilidade de iniciar a operação de ônibus a biometano em dois anos. Esse combustível é produzido a partir do lixo dos aterros sanitários e da cana-de-açúcar.

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Segundo o secretário executivo das Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo, José Renato Nalini, a solução é até mais sustentável do que a frota elétrica. “Se pra fabricar uma bateria elétrica os países que a produzem têm que usar energia gerada por carvão, você vê que nós resolvemos o problema de São Paulo, mas não resolvemos o problema do mundo. E nós não temos outro planeta, temos que pensar coletivamente”, alertou. Atualmente, 90% das garagens das empresas de ônibus já possuem a tubulação necessária para abastecer os veículos com biometano.

Nota da Enel

A instalação da infraestrutura para recarga de ônibus elétricos varia conforme a complexidade de cada projeto. Diversos fatores influenciam esse processo, como a quantidade de veículos, a disposição das garagens, a capacidade da rede elétrica existente e as decisões dos diferentes operadores.

Desde 2023, a Enel Distribuição tem trabalhado com os operadores para avaliar soluções, conforme as necessidades específicas de cada garagem. Em 2024, a Enel entregou obras de infraestrutura para abastecimento de energia para seis operadoras de ônibus, numa demanda total de quase 9 MW. Nos dois primeiros meses de 2025, a distribuidora concluiu obras para outras oito operadoras, somando cerca de 17 MW, quase o dobro da demanda de energia entregue no ano passado. Para este ano, a Enel está trabalhando para entregar um total de 45.7 MW de energia para as operadoras de ônibus.

Todo o processo é acompanhado pela SPTrans. Para que haja alinhamento entre as partes, a Enel realiza reuniões periódicas com operadores e representantes da SPTrans.

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