Preço das passagens aéreas teve maior alta anual desde 2011
Bilhetes aumentaram 48% em 2023 e puxaram a inflação. Programa do Governo Federal promete voos mais baratos a partir de janeiro
Paola Cuenca
A inflação oficial de 2023 deve ficar dentro do teto da meta estabelecida pelo Governo Federal, segundo projeções do IBGE. Em dezembro, a prévia do índice, medida pelo IPCA-15, ficou em 0,4%.
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Entre os itens que puxaram o resultado para cima, estão os transportes, em especial as passagens aéreas, que registraram alta de 9,2%, só no último mês do ano. No acumulado de 2023, o aumento nos preços dos bilhetes aéreos chegou a 48,11% - o maior desde 2011.
O coordenador dos Índices de Preços do Instituto de Economia da FGV, André Braz, explica que custos com manutenção, combustível e pessoal impactam no preço das passagens. "Elas ficam mais caras, especificamente, nos períodos em que a procura é maior. Então, se a família já tem previsão de viajar no carnaval, está mais do que na hora de comprar passagem, para não ter surpresa desagradável lá no feriado. Então, quanto mais chances de antecipar a compra desse bilhete, melhor", alerta o especialista.
O cenário preocupa o Governo Federal que, na segunda quinzena de janeiro, deve lançar o aguardado programa "Voa Brasil", com a promessa de passagens aéreas a R$ 200 para determinados grupos.
Em nota, a Associação Brasileira de Empresas Aéreas diz que a tarifa tem acompanhado efeitos externos, como a variação do dólar e a alta do querosene de aviação. O setor ainda argumenta que quase 60% das passagens vendidas custam menos de R$ 500.
Mesmo com preços altos, as agências de viagens garantem que as vendas estão aquecidas. O setor prevê expansão para 2024. "A perspectiva é de que a gente tenha um crescimento de no mínimo 10%, mas, certamente, vai ser maior. A gente vai ter mais aviões, mais aeroportos e mais destinos para serem vendidos. E a viagem entra já há alguns anos na cesta de compras do brasileiro. Então, cada vez mais brasileiros viajam e usufruem dos destinos nacionais e internacionais como item de necessidade", explica o vice-presidente financeiro da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Edmilson Romão.