Polícia faz operação contra lixões clandestinos na Baixada Fluminense
Ação foi realizada em Duque de Caxias, Belford Roxo e São João de Meriti para combater crimes ambientais e identificar responsáveis

Liane Borges
A Polícia Civil do Rio de Janeiro, em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), deflagrou a segunda fase da operação Expurgo, voltada ao combate de lixões clandestinos na Baixada Fluminense. A ação desta quinta-feira (17) teve como alvos empresas que provocam danos ambientais ao degradar áreas públicas para exploração irregular de resíduos.
Segundo as investigações, ao menos três empresas de fachada estavam lucrando com o descarte irregular de lixo. Os envolvidos escolhiam áreas públicas abandonadas, conseguiam autorizações fraudulentas para supostas obras de terraplanagem e transformavam os espaços em verdadeiros lixões. O grupo emitia até tíquetes com QR code para simular legalidade no processo.
Esses vouchers foram vendidos a nove empresas de descarte por valores três vezes inferiores ao praticado por centros de distribuição regularizados. De acordo com o delegado André Prates, aproximadamente 2.700 vouchers foram emitidos nesses moldes.
Equipes estiveram nos municípios de Duque de Caxias, Belford Roxo e São João de Meriti para cumprir seis mandados de busca e apreensão. No bairro Tomazinho, em São João de Meriti, dois suspeitos reagiram à abordagem policial. Houve troca de tiros e os dois caíram de uma moto. Com eles, foram apreendidos uma pistola, um carregador e dois telefones celulares.
A polícia também percorreu diversos endereços relacionados à investigação. Em uma das casas, considerada residência de um dos principais alvos da operação, foram apreendidos documentos. O suspeito, no entanto, não foi encontrado no local.
Lixão perto de rio
Um dos principais lixões clandestinos descobertos na investigação funcionava às margens da Rodovia Rio-Magé. Para viabilizar o local, até um rio foi aterrado. O acúmulo de dejetos no local gerou uma situação crítica de saúde pública, especialmente na Vila Uruçaí, em Duque de Caxias, onde moradores convivem com a infestação de moscas.
Na semana anterior, a primeira fase da operação havia identificado outro ponto de descarte ilegal no Parque Alegria, no Caju, Zona Norte do Rio. Nesse local, o espaço era explorado comercialmente pelo tráfico de drogas. Criminosos instalaram até uma guarita para vigiar a entrada e saída de caminhões.
As investigações continuam para localizar outros envolvidos. Segundo a polícia, os responsáveis migram de um local para outro quando percebem que a capacidade do lixão se esgotou.









