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PM que matou jovem negro em mercado atirou pelas costas em outro caso

Vinicius de Lima Britto disparou ao menos 16 vezes contra dois jovens na Praia Grande; laudo obtido pelo SBT mostra onde os tiros atingiram as vítimas

Imagem da noticia PM que matou jovem negro em mercado atirou pelas costas em outro caso
Laudo do Instituto Médico Legal (IML) mostra disparos recebidos por Matheus | Reprodução/Polícia Civil
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O policial militar Vinicius de Lima Britto, que, no início de novembro, matou um jovem negro com ao menos oito disparos enquanto a vítima estava de costas, é investigado por outra morte similar em dezembro de 2023.

O outro caso aconteceu na Praia Grande, litoral paulista. Vinicius estava acompanhado por uma mulher, em um carro, quando viu um colega de farda sofrer uma tentativa de assalto por dois homens armados, em uma motocicleta.

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O policial e o colega, que estavam de folga, reagiram ao assalto e dispararam ao menos 26 vezes contra a dupla de assaltantes, Davi Emanoel Braz Ferreira e Matheus Quintino dos Santos.

Um dos atingidos correu por alguns metros e foi alvejado em seguida. Do total de disparos, 16 foram realizados por Vinicius Britto.

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O SBT News teve acesso à investigação policial, conduzida pela Delegacia Seccional de Praia Grande. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a maioria dos disparos sofridos por Matheus, de 25 anos, foi na lateral do corpo e nas costas.

Laudo do Instituto Médico Legal (IML) mostra disparos recebidos por Matheus | Reprodução/Polícia Civil
Laudo do Instituto Médico Legal (IML) mostra disparos recebidos por Matheus | Reprodução/Polícia Civil

O policial argumenta que agiu em legítima defesa. Os dois jovens mortos eram negros e o modelo da arma utilizada por Vinicius foi o mesmo no caso do assassinato de Gabriel Renan da Silva Soares, na porta do mercado, na zona sul de São Paulo, uma pistola .40.

Davi Emanoel Braz Ferreira e Matheus Quintino dos Santos, mortos após assalto | Reprodução/Polícia Civil
Davi Emanoel Braz Ferreira e Matheus Quintino dos Santos, mortos após assalto | Reprodução/Polícia Civil

Descontrole emocional

O caso no litoral de São Paulo ocorreu cerca de um ano depois de Vinicius ter sido aprovado no concurso da Polícia Militar. Era sua segunda tentativa.

Na primeira, em 2021, Vinicius conseguiu a aprovação no teste físico e em outras etapas do certame, mas reprovou no exame psicológico por descontrole emocional, falta de capacidade de liderança e relacionamento interpessoal adequado.

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Com a eliminação, Vinicius entrou com um recurso na Fazenda Pública do Estado. A juíza responsável pelo processo determinou que ele era inapto para vestir a farda e arquivou o caso em agosto de 2022. Meses depois, Vinicius prestou o concurso novamente e conseguiu a aprovação.

Documento de Vinicius de Lima Britto | Reprodução/Polícia Civil
Documento de Vinicius de Lima Britto | Reprodução/Polícia Civil

O SBT News enviou o laudo psicológico para a Secretaria de Segurança Pública (SSP) no dia 8 de novembro, e questionou como o militar foi aprovado no segundo concurso. Cerca de um mês depois, ainda não houve resposta.

O espaço segue aberto e a reportagem será atualizada.

A reportagem também consultou o advogado de Vinicius de Lima Britto, mas ele não se posicionou. O texto será atualizado se a defesa se pronunciar.

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